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Polícia

Ex-comandante da PM preso com quase 70 quilos de droga em rodovia do AC é condenado por tráfico

Ex-comandante da PM preso com quase 70 quilos de droga em rodovia do AC é condenado por tráfico

Policial da reserva foi preso em flagrante, em junho deste ano, pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) com 69,4 quilos de droga na BR-364, em Sena Madureira, interior do estado

A Justiça condenou a 9 anos de prisão, em regime fechado, o tenente-coronel da reserva da Polícia Militar do Acre Moisés Araújo, preso no dia 8 de junho com quase 70 kg de drogas na BR-364, em Sena Madureira, durante abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF-AC). Ele está preso preventivamente desde a data do ocorrido.

Além da condenação de 9 anos e 6 meses, Moisés Araújo também foi condenado a pagar 950 dias-multa. O juiz Fábio Farias, da Vara Criminal de Sena Madureira, determinou ainda a perda do veículo apreendido em favor da União.

A Justiça do Acre determinou a quebra do sigilo telefônico, também em junho, a quebra do sigilo telefônico dele. Na época, o militar foi abordado pela equipe policial no km 246 da BR-364 no período da tarde, daquele dia. O motorista desobedeceu a ordem de parada e tentou fugiu. A PRF-AC fez o acompanhamento e conseguiu parar o carro depois de 4 quilômetros.

O condutor conseguiu fugir e o tenente-coronel, que estava no banco de passageiro, foi preso. Ele foi levado para a sede da Polícia Federal de Rio Branco.

Defesa diz que houve injustiça

O advogado de defesa do militar, Matheus Moura, disse que o militar está sendo injustiçado, porque apenas pegou uma carona e não sabia que o condutor do veículo estava transportando droga.

“Já estamos trabalhando no recurso cabível ao caso, porque hoje está preso e condenado em 1º grau uma pessoa inocente e injustiçada. A sentença condenatória está eivada de erros na fundamentação jurídica, na dosimetria da pena. Ficamos abismados com a leitura da sentença. Houve uma perícia no celular do acusado a qual demonstra irrestritamente a inocência, e sequer foi mencionada em sentença. Na parte da dosimetria da pena, o fundamento utilizado vai totalmente contrário ao que a legislação afirma. Mas, iremos confrontar a sentença via recurso e tenho a certeza que a Câmara Criminal irá sanar os erros advindos desta sentença teratológica com a devida absolvição do tenente-coronel Araújo”, disse.

O militar segue preso na sede do Batalhão de Operações Especiais (Bope). O advogado disse ainda que o motorista que dirigia o carro já foi identificado, mas não responsabilizado.

“Até agora não houve sequer alguma investigação por parte da Polícia Federal, assim como o Ministério Público também tem ciência de quem é o motorista, mas não ofertou nenhum tipo de denúncia ou abriu algum procedimento em desfavor do motorista. Pegaram o militar como bode expiatório, mas tenho absoluta certeza que o Tribunal de Justiça do Acre, ao analisar o recurso, irá verificar o gritante erro na sentença, e consequentemente irá absolver o réu”, pontuou.

dorgas 001 webMajor da PM suspeito de bater na ex e investigado por abusar de adolescente é flagrado com quase 70 quilos de droga no AC em junho deste ano — Foto: Divulgação/PRF-AC

Denúncia de abuso e violência doméstica

Moisés Araújo foi preso em junho do ano passado por agredir a ex-mulher e a sogra em Brasileia e também é investigado por abusar sexualmente de uma adolescente de 13 anos. Antes de se aposentar, o major foi comandante da 3ª `Companhia do 5º Batalhão da Polícia Militar em Assis Brasil, cidade que faz fronteira com o Peru.

A denúncia do abuso foi feita pela família da vítima no início do mês de junho de 2021, no mesmo dia em que o major foi preso por violência doméstica. Os abusos teriam ocorrido quando a menina ia visitar a mãe, que convivia com o major, em Brasileia. A vítima contou o crime para parentes e, posteriormente, para a mãe.

A mulher compartilha a aguarda com o pai da menina, que também mora no interior. A família contou na época que o último abuso ocorreu em maio de 2021, durante o aniversário da mãe dela que o major participou. Foi nesse dia que a vítima relatou, aos prantos, para uma tia o que acontecia.

O major já foi indiciado pela Polícia Civil por violência doméstica, ameaça e lesão corporal contra a ex-companheira e a mãe dela. Ele foi solto no dia 10 de junho após a Justiça conceder liberdade provisória com algumas restrições.

Ao g1, na época, o major Araújo negou que tenha abusado da menina. Ele negou também que tenha batido na ex-mulher e na mãe dela e disse que estava sendo injustiçado.