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Polícia

Empresário preso em operação da PF por lavagem de dinheiro tem habeas corpus negado pela justiça do AC

Empresário preso em operação da PF por lavagem de dinheiro tem habeas corpus negado pela justiça do AC

Empresário foi preso em dezembro do ano passado durante a operação Héstia, da Polícia Federal, que, na época cumpriu 47 ordens judiciais contra uma organização criminosa

Preso desde dezembro de 2021 com a suspeita de lidera um grupo que fazia lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas, o empresário acreano Erico Batista de Souza, do ramo de venda de extintores, teve um pedido de habeas corpus negado pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre.

A decisão é do último dia 15 de agosto, e foi unânime com votos iguais dos três desembargadores que julgaram o pedido de liberdade do empresário. Souza foi preso em dezembro do ano passado durante a operação Héstia, da Polícia Federal, que na época cumpriu 47 ordens judiciais contra uma organização criminosa.

O g1 não conseguiu contato com a defesa do empresário, mas, de acordo com o relatório da decisão judicial, a alegação para o pedido, é que “há excesso de prazo, o que caracteriza constrangimento ilegal ao paciente, e que o mesmo é primário, humilde, honesto e trabalhador. Pelo exposto, requer a concessão da medida liminar para que o paciente responda o feito em liberdade e, no mérito, reitera o pedido liminar.”

Porém, a justiça entendeu que os argumentos de que Souza é primário, humilde, honesto e trabalhador, são características isoladas, não possibilitam necessariamente sua liberdade. “As condições pessoais favoráveis não garantem a revogação da prisão preventiva quando há nos autos elementos hábeis a recomendar a manutenção da custódia”, diz o documento.

empresario preso 002 webPolícia cumpre mandados no AC e mais três estados contra organização criminosa que lavava dinheiro do tráfico — Foto: Arquivo/PF-AC

Operação

Para combater a organização criminosa que lavava dinheiro do tráfico de drogas e que atuava no Acre e mais três estados brasileiros, a polícia deflagrou a operação Héstia.

A investigação começou em janeiro de 2021 e revelou um esquema responsável pela administração de valores obtidos de fontes ilícitas, no caso o tráfico de drogas que eram movimentados através de empresas “laranjas”. O objetivo do grupo criminoso era ocultar bens e valores, dissimular a origem do recurso e reinserir esses valores no mercado com aparência de legalidade.

Para lavar o dinheiro, o grupo, que, segundo a polícia, era liderado pelo empresário acreano Erico Batista de Souza do ramo de venda de extintores, usava sete empresas sediadas em Rio Branco, Epitaciolândia e Cruzeiro do Sul a fim de simular o funcionamento regular dos estabelecimentos e justificar os valores e bens obtidos com o lucro do tráfico interestadual de drogas.

O chefe da força-tarefa de Segurança pública do Acre, Otávio Fonseca, informou que o grupo praticava lavagem de dinheiro, pelo menos, desde 2014. Segundo ele, o primeiro ato de lavagem deles foi identificado pela transferência de um veículo de luxo de Natal para Rio Branco.

Ainda conforme a polícia, o grupo criminoso movimentou mais de R$ 43 milhões em suas contas bancárias durante o período investigado, grande parte através de transações em espécie, inclusive para o exterior e investimentos em gado e imóveis. Ao todo, foram bloqueados judicialmente mais de R$ 19 milhões em bens da organização criminosa.

Os investigados devem ser indiciados pelos crimes de integrar organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico interestadual de droga.