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Polícia

Em cinco meses, Acre registra 37 acidentes com embarcações e 9 vítimas de afogamento

Sete corpos foram encontrados pelos bombeiros em rios no Acre e duas ocorrências seguem em aberto. Últimos casos ocorreram nos dias 27 e 30 de maio no interior

Nos primeiros cinco meses deste ano, o Acre registrou 37 acidentes com embarcações em rios. Os dados são de um levantamento do Corpo de Bombeiros do estado, divulgados nesta terça-feira (2), com base nos registros das ocorrências atendidas entre os dias 1 de janeiro e 31 de maio.

Dos acidentes, nove tiveram vítimas de afogamento, sendo que sete corpos foram resgatados pelas equipes de buscas dos bombeiros. Outras duas ocorrências ainda estão abertas e as vítimas não foram encontradas.

Um dos casos ainda em aberto é o da jovem Maria Nauila de Jesus Cabral, de 24 anos, que sumiu no Rio Juruá, em Rodrigues Alves, no interior do Acre, quando fazia a travessia do rio junto com o marido e dois filhos.

As buscas pela mulher foram suspensas no sábado (30) após três dias de mergulho e mais um dia de buscas superficiais. A Marinha chegou a fazer buscas pela mulher junto com a equipe dos Bombeiros no sábado e também voltou ao rio no domingo (31), mas não teve êxito.

A segunda ocorrência que os bombeiros não fecharam é a do jovem Sandro Rocha da Silva, de 24 anos, que desapareceu no Rio Iaco, em Sena Madureira, também no interior do Acre, no sábado (30). O rapaz sumiu após a embarcação em que ele e a mulher estavam naufragar durante a travessia do rio.

Os bombeiros fizeram 12 horas de mergulhos no local do acidente por dois dias, entre sábado (30) e domingo (31). Na segunda-feira (1), iniciaram as buscas superficiais, que devem ser suspensas nesta terça (2).

A mulher de Silva, que conseguiu se salvar no acidente, contou à equipe dos bombeiros que ele teve um ataque epilético enquanto pilotava a embarcação. Segundo ela, o marido estava desacordado enquanto o barco naufragava.

bombeiro001 webSete corpos foram encontrados pelos bombeiros em rios no Acre e duas ocorrências seguem em aberto — Foto/Divulgação/CBM-AC

Protocolo de atendimento

O major Cláudio Falcão, do Corpo de Bombeiros, explica que inicialmente são feitas buscas por mergulho no local indicado do acidente e após 72 horas, as equipes iniciam o trabalho de buscas superficiais, que são aquelas feitas de dentro de barcos.

“Começamos as buscas com mergulho e essas buscas vão até 72 horas. Depois disso, começamos as buscas superficiais. Isso porque, com esse tempo, há a reflutuação do corpo. Então, passamos a fazer as buscas na superfície da água por 48h, nos deslocamos quilômetros de rio em busca do corpo. Depois que completa os cinco dias, nós suspendemos momentaneamente as buscas ou encerramos”, disse o major.

Esse tipo de busca por vítima em rios é ainda mais complicado que outros casos. Isso porque, segundo o major, a pessoa estava com pulmão seco ao cair na água e, com isso, o deslocamento do corpo é bem maior do que, por exemplo, de pessoas que se afogam ao tomar banho no rio. Apesar disso, ele garante que os bombeiros conseguem localizar os corpos em 90% dos casos.

Recomendações

Para evitar esse tipo de acidente, o Corpo de Bombeiros orienta que as pessoas evitem trafegar com embarcações durante o período noturno. Além disso, que evitem o consumo de bebidas alcoólicas durante a viagem, tanto o piloto da embarcação como os passageiros.

“As pessoas também devem utilizar o colete salva-vidas. Mas, infelizmente, no interior do estado, 99% das pessoas não usam esse equipamento de proteção e é onde ocorre a maior dos casos. O cuidado também deve ser redobrado ao transportar crianças em embarcação”, afirmou Falcão.

O major lembrou ainda que nessa época do ano, quando os rios estão em vazante, aparecem os blocos de areia e é preciso ter cuidado durante a navegação.