Gleison Souza do Nascimento e Moisés Duarte Bezerra foram julgados nesta quarta (29) pelo sequestro e morte da jovem Genagila Nascimento de Lima, de 26 anos, em setembro de 2021 em Mâncio Lima. Outros dois acusados foram inocentados pelo crime
Gleison Souza do Nascimento e Moisés Duarte Bezerra foram condenados a 39 anos de prisão pelo sequestro e morte da jovem Genagila Nascimento de Lima, de 26 anos, em setembro de 2021 em Mâncio Lima, interior do Acre. Evandson Souza Lima e Evilásio Pinheiro da Costa também foram julgados e acabaram inocentados pelo crime.
O julgamento dos quatro começou na quarta-feira (29) e terminou na madrugada desta quinta (30) na Vara Única Criminal de Mâncio Lima. A Justiça decidiu levar os acusados a júri popular em fevereiro do ano passado.
Na denúncia, o Ministério Público Estadual (MP-AC), destacou que o crime foi praticado por motivo fútil, mediante promessa de pagamento e com utilização de emboscada, recurso que dificultou a defesa da vítima. Evandson Souza Lima e Evilásio da Costa eram acusados de ocultação de cadáver.
Conforme o processo, Gleison Souza do Nascimento foi responsável por sequestrar, torturar, matar e enterrar Genagila de Lima em uma cova rasa, dentro da lama no Ramal do Chaparral. Ele foi preso no dia 28 de setembro de 2021 escondido no bairro Bandeirante.
Além de matar a jovem, o acusado roubou a motocicleta dela. À Polícia Civil, Gleison do Nascimento confirmou que foi contratado pelo namorado da vítima, Moisés Duarte Bezerra, que estava preso na Unidade Penitenciária Manoel Néri da Silva, em Cruzeiro do Sul, para cometer o crime. O mandante do assassinato desconfiava que estava sendo traído pela jovem.
A Justiça estabeleceu a sentença da seguinte forma:
- Gleison Souza do Nascimento, vulgo “Pico” - condenado a 23 anos por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e furto
- Moisés Duarte Bezerra - condenado a 16 anos por homicídio qualificado. Ele foi inocentado dos crimes de organização criminosa e ocultação de cadáver.
A defesa de Moisés Bezerra informou que entrou com recurso contra a decisão. Já a defesa de Gleison Souza não foi encontrada até a última atualização desta reportagem.
Pagamento por morte
Na época, a Polícia Civil informou que Gleison do Nascimento confessou também que recebeu o adiantamento de R$ 5 mil para matar a jovem. Esse dinheiro foi entregue em uma praça de Cruzeiro do Sul por dois indivíduos que estavam em um carro. Após receber o pagamento, o suspeito ligou para Genagila dizendo que o namorado dela tinha mandando um dinheiro para ela.
A vítima se encontrou com o suspeito na praça. Porém, o criminoso falou para a jovem que o dinheiro estava em Mâncio Lima com o pretexto para levá-la para um local isolado.
Ainda durante o depoimento, o suspeito falou que, durante o deslocamento para a cidade vizinha, percebeu que era seguido pela dupla que tinha entregado o dinheiro a ele.
Genagila foi levada para o Ramal do Chaparral de moto. Mas, antes de chegar ao local, a vítima teria desconfiado e perguntado se era uma emboscada.
Ao chegar no local, o acusado pediu o celular da vítima alegando que tinha recebido a ordem de verificar as mensagens de WhatsApp dela e checar se ela estava traindo o namorado.
Após se negar a entregar o aparelho telefônico, o acusado contou que passou a agredir a mulher. Ele alegou que teve dificuldades para dominar a jovem e então disparou um tiro na altura do tórax dela. Genagila saiu cambaleando e caiu dentro de uma poça de lama.