MP-AC incluiu Igor Cavalcante de Souza como réu no processo, junto com Juliano Salvador Leitão, que confessou ter atirado contra empresário. Crime ocorreu no dia 5 de fevereiro na floricultura da vítima
Após prisão do suposto mandante da morte do empresário Jorge de Souza Batista, de 65 anos, e novas provas, o Ministério Público do Acre aditou a denúncia e incluiu Igor Cavalcante de Souza como réu no processo pelo crime de latrocínio. O novo pedido foi aceito pela Justiça no mês passado.
Agora, duas pessoas respondem pela morte de Jorge das Flores, sendo Igor e o réu Juliano Salvador Leitão, de 27 anos, que foi preso em flagrante e confessou o crime na época.
Jorge foi alvejado a tiros dentro da sua floricultura no bairro Bosque, em Rio Branco, no dia 5 de fevereiro. O crime, tratado como latrocínio pela polícia, teve grande repercussão já que Jorge das Flores era um dos pioneiros no ramo de floricultura no estado, atuando há mais de 20 anos em Rio Branco.
Igor de Souza foi preso no dia 16 de fevereiro, em uma chácara na cidade de Acrelândia, no interior do Acre. As investigações apontaram que além de ser o mandante do crime, foi ele quem também forneceu a arma usada por Juliano.
Na época da prisão de Igor, o delegado da Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic), Leonardo Santa Bárbara, disse que um dia antes do crime contra o empresário, os dois suspeitos também fizeram um assalto em uma casa, onde roubaram diversos objetos e ainda a motocicleta usada no assalto contra Jorge das Flores.
Conforme a nova denúncia do MP-AC, no dia do crime, Juliano foi até a floricultura na garupa de uma motocicleta com um comparsa, ainda não identificado, a mando do acusado Igor. Ao entrar no local, sacou uma arma, anunciou o assalto, rendeu a vítima e funcionárias e passou a exigir dinheiro.
A vítima não teria reagido e jogou a carteira no chão, pedindo calma ao agressor, mas este efetuou disparos de arma de fogo contra Jorge. Após os tiros, o acusado roubou a carteira do empresário, contendo documentos pessoais, cartões e valores em espécie.
Ainda segundo o MP-AC, ao ouvir os barulhos dos disparos, o comparsa que não foi identificado e que continuava do lado de fora da loja montado na moto, acabou fugindo do local. Foi então que Juliano tentou fugir correndo e acabou preso em flagrante.
O documento aponta ainda que as testemunhas reconheceram o denunciado Juliano Salvador e ele confessou o crime.
O processo
O g1 teve acesso a detalhes dos depoimentos, tanto do acusado, Juliano Salvador Leitão, de 27 anos, como de duas funcionárias da loja que estavam no momento do crime. Diferente do que diz Leitão, réu confesso do crime, as testemunhas alegam que em nenhum momento ele chegou a pedir dinheiro da vítima antes de atirar contra Jorge.
Apesar de o acusado confessar que agiu por ordem de um grupo criminoso e das alegações das testemunhas de que ele não chegou a pedir dinheiro antes de atirar, o Ministério Público do Acre (MP-AC) fez a denúncia contra ele e contra o suposto mandante apenas por roubo seguido de morte.
Na época, a família da vítima pediu apuração rígida dos fatos, uma vez que muitos objetos de valores que estavam com o empresário não foram levados.
O empresário foi atingido com dois tiros próximo ao pescoço, passou por cirurgia, mas morreu no mesmo dia no PS de Rio Branco após duas paradas cardíacas.