..::data e hora::.. 00:00:00

Polícia

23.1 digital master pmrb iptu premiado 2025

Caso Géssica: Audiência de PMs acusados de matar enfermeira é suspensa e Justiça marca nova data

Caso Géssica: Audiência de PMs acusados de matar enfermeira é suspensa e Justiça marca nova data

Audiência de instrução iniciou na manhã dessa quarta (24) e foi encerrada por volta das 18h. Por conta da hora avançada, a nova data ficou marcada para 29 de outubro

A audiência de instrução dos policiais Gleyson Costa de Souza e Cleonizio Marques Vilas Boas, acusados pelo assassinato da enfermeira Géssica Melo de Oliveira, de 32 anos, após furar um bloqueio policial em Capixaba, que iniciou às 8h30 desta quarta-feira (24), foi suspensa por volta das 18h.

De acordo com o Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) a audiência deve continuar no dia 29 de outubro.

Os advogados de defesa e acusação solicitaram que uma nova data fosse marcada por conta da hora avançada e da quantidade de testemunhas ainda precisavam ser ouvidas.

Durante a audiência desta quarta, foram ouvidas mais de 20 pessoas levadas pela acusação. Na segunda parte da audiência, em outubro, devem ser ouvidas 19 testemunhas da defesa e os réus devem ser interrogados.

Em abril deste ano, a audiência de instrução havia sido adiada e a primeira parte da audiência aconteceu nesta quarta.

Ao g1, o advogado da família, Walisson dos Reis Pereira, havia explicado que a primeira audiência acontece para que as testemunhas de acusação, Ministério Público (MP-AC), peritos, médicos, delegado e algumas pessoas que participaram da investigação sejam ouvidas.

“Depois serão ouvidas as testemunhas arroladas pela defesa dos policiais militares, e por último, vão ser ouvidos os réus. E, de acordo com todo acervo probatório que existe dentro do processo, o juiz vai proferir uma sentença de pronúncia ou de impronúncia da denúncia”, comentou ele.

Ainda segundo Walisson, depois disto, a defesa dos policiais ainda pode entrar com recurso, porém o advogado acredita que os dois irão a júri popular.

“Para ir ao Tribunal do Júri basta ter prova de autoria e materialidade e nós já temos a autoria e a materialidade dos crimes de homicídio, fraude processual e também porte ilegal de arma de fogo porque, segundo a investigação, um dos policiais plantou uma arma no local do crime para dizer que seria da enfermeira, o que foi comprovado durante as investigações”, complementou.

Ao g1, o advogado dos policiais, Wellington Silva, afirmou que crê que muitas provas pendentes podem determinar um resultado muito diferente e com a reviravolta o caso pode não ir ao Tribunal do Júri.

“Ainda há perícias, diligências e provas testemunhais para serem analisadas”, assegurou ele.

Processo

Os dois policiais se tornaram réus em fevereiro deste ano. A audiência de instrução dos PMs foi marcada para abril, depois foi adiada e não havia sido anunciada uma nova data, até agora.

Sobre o processo, foi negado pela Justiça alguns dos pedidos dos acusados. O Ministério Público (MP-AC) solicitou que não fosse feita reprodução simulada do ocorrido, pois no início da investigação não se sabia a dinâmica.

O MP ainda assinalou que os pedidos de ofícios aos Centros de Atenção Psicossocial em Rio Branco, Capixaba e Senador Guiomard, a fim de que se comprovasse ou não a existência de doença ou tratamento psicológico de Gessica, são desnecessários e buscam apenas manchar a honra e a imagem da vítima e não deveriam ser anexados.

O caso

No dia 2 de dezembro de 2023, a enfermeira foi assassinada ao furar um bloqueio policial em Capixaba, no interior do Acre. O caso começou com uma acusação da polícia de que Géssica estava armada em seu carro e chegou ao indiciamento de dois policiais militares.

Géssica foi seguida por uma viatura da Polícia Militar (PM-AC) até Senador Guiomard, na BR-317, onde morreu após ser baleada. Após a morte, a polícia divulgou ter achado uma pistola 9 milímetros, restrita das forças armadas, jogada próximo do local do acidente.

A família negou que fosse de Géssica. Durante as investigações, ficou comprovado que a arma não pertencia à vítima e nem possuía seu DNA. Gleyson Costa de Souza e Cleonizio Marques Vilas Boas, respondem por homicídio duplamente qualificado e fraude processual, porém aguardavam as audiências em prisão domiciliar. Veja abaixo o indiciamento de cada um:

  • Cleonizio Marques Vilas Boas - indiciado por homicídio qualificado por recurso que impossibilitou a defesa da vítima, por motivo fútil e fraude processual
  • Gleyson Costa de Souza - indiciado por tentativa de homicídio qualificado por recurso que impossibilitou a defesa da vítima, por motivo fútil e fraude processual