Mateus Sousa foi denunciado por homicídio qualificado por feminicídio, motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e violência doméstica. Defesa trata o caso como “terrível acidente”
A 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar de Rio Branco marcou para o dia 19 dezembro a audiência de instrução com Mateus Lima de Sousa, de 24 anos, acusado de matar com um tiro no olho a namorada, a adolescente Lauane do Nascimento Melo, de 16 anos, em 21 de julho deste ano em Rio Branco. Ele responde por feminicídio.
A jovem foi morta em uma chácara da Estrada do Barro Vermelho, em uma região após o Complexo Prisional de Rio Branco.
Agora na condição de réu no processo, ele responde pelo crime de homicídio qualificado por feminicídio, motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e violência doméstica. No último 13, a Justça manteve a prisão preventiva de Sousa.
Ao g1, a advogado de defesa do acusado, Viviane Silva dos Santos Nascimento , disse que o caso foi um terrível acidente.
“Trata-se de dois jovens que estavam bebendo e ao manusear o armamento aconteceu este terrível acidente, acima de tudo a defesa se solidariza com a vítima e seus familiares. Estamos trabalhando na defesa do Mateus e confiamos no Poder Judiciário e na elucidação dos fatos.”
Tiro acidental
No processo, Mateus Sousa alega que o tiro foi acidental. Contudo, a mãe da vítima afirmou que tinha presenciado o rapaz ameaçar a filha de morte.
Após cometer o crime, Sousa fugiu e só se apresentou na delegacia de Sena Madureira, no interior do Acre, três dias depois.
No dia 30 de julho, o Plantão Judiciário de Rio Branco negou liminar de um habeas corpus que pedia a soltura do suspeito. Para fundamentar o pedido, a defesa alegou que o disparo foi acidental, levando em conta que o acusado tem pouca visão e no dia do crime tinha ingerido álcool misturado com medicamento diazepam.
Contudo, após a conversão da prisão temporária para preventiva, o juiz Alesson Braz analisou o mérito do pedido e negou a liberdade para Mateus Sousa.
Investigação
Ao g1, a delegada Elenice Frez disse que o laudo pericial indicou que a arma foi encostada no rosto da vítima e, em seguida, disparada. “Porém, como não havia nenhuma testemunha no local e ele não falou a verdade é impossível saber o que de fato aconteceu no momento do crime. Familiares da vítima informaram que ele a ameaçava desde o início do relacionamento, inclusive de tiro no rosto”, complementou.
A autoridade policial contou também que o crime foi praticado mediante “mistura de agressividade com uso de drogas juntamente com medicamento de uso controlado obtido sem receita”. Com o resultado do laudo, para a delegada, o suspeito agiu dolosamente, e não de modo culposo como alegou no interrogatório.
O suspeito trabalhava como caseiro na chácara onde ocorreu o crime. Antes de fugir, ele foi até o gerente da propriedade e contou que tinha matado a mulher. O gerente foi até a chácara, encontrou a vítima morta em cima da cama e avisou para o dono da propriedade, que chamou a polícia e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).