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Polícia

Cantor sertanejo preso por desacato é solto após pagar R$ 2,6 mil de fiança e acusa PMs de abuso e agressão

Cantor sertanejo preso por desacato é solto após pagar R$ 2,6 mil de fiança e acusa PMs de abuso e agressão

Hangell Borges fez live nas redes sociais após ser solto e alegou que foi agredido durante prisão e que não desacatou policiais. Polícia Civil informou que cantor desobedeceu ordem de encerramento da festa e desacatou policiais militares na madrugada de sábado (21)

O cantor sertanejo Hangell Borges pagou dois salários-mínimos de fiança e foi solto nesse sábado (21) após ser preso por desacatar policiais militares de Xapuri, interior do Acre, durante um show em uma casa noturna da cidade.

Ao ser solto, Hangell fez uma live nas redes sociais onde acusa os policiais de abuso de autoridade e agressão durante a prisão. O cantor negou ainda que desacatou os militares. A live foi apagada pelo cantor na manhã deste sábado.

Em nota, a Polícia Militar do Acre informou que o cantor foi conduzido até a delegacia do município de Xapuri em razão de desobediência, resistência e desacato contra equipe policial militar de serviço. Que Hangell, após se negar a encerrar a festa que ultrapassava o horário permitido, começou a verbalizar palavras ofensivas e de baixo calão aos militares e ainda instigar o público contra a ação legal dos militares.

Além disso, segundo a PM-AC, na delegacia, ele se negou a entregar os pertences e resistiu à prisão, momento que foi preciso fazer uso de técnica de imobilização (Veja nota na íntegra abaixo)

O delegado Gustavo Neves, de Xapuri, disse que recebeu o caso na manhã desse sábado e que o cantor foi preso em flagrante porque desrespeitou ordem de encerramento da festa e desacatou os militares. É que as festas em casas noturnas precisam encerrar às 3h e nesse horário o cantor ainda se apresentava.

No vídeo que gravou, o cantor contou que se apresentava quando a dona do estabelecimento avisou que já era 3h e que ele podia encerrar a música. Foi quando, segundo ele, uma equipe da PM entrou na festa e alertou que já passava do horário permitido. Ele então decidiu cantar a última música.

“Falei que ia fazer a saideira, já era 3h12, e quando eu estava na metade da música a guarnição foi lá e ficou na beira do palco. Cantei, dei tchau para o povo e um policial pediu pra eu descer. Acabei o show, desci e ele falou pra eu acompanhar ele até a delegacia e eu perguntei o porquê. Ele alterou a voz e eu falei que ia, mas que não precisava me algemar porque eu ia de boa. Perguntei o que foi que eu tinha feito e ele disse que foi desacato a autoridade. Eu falei tá bom, vamos lá. Chegando na delegacia eu fiz aquele vídeo que estava sendo preso e não sabia porque”, contou.

cantor 002 webCantor Hangell Borges foi preso em Xapuri na madrugada desse sábado (21) — Foto: Arquivo pessoal

Hangell disse que enquanto gravava o vídeo um dos policiais tentou pegar o celular dele e ele disse que não entregaria e decidiu desligar o aparelho.

“Foi na hora que tentaram me algemar e encostei no peito do policial e afastei um pouco, aí o outro já me pegou com um mata-leão, me pegou e enforcou, ele queria me desmaiar, mas não conseguiu, conseguiu me deixar roubo. Foi o que aconteceu, me algemaram, colocaram a algema apertada. Queria saber o momento que desacatei. Prender bandido eles não vão, só querem ficar na rua fazendo blitz e abordando pessoas, mas entrar em favela e prender bandido não prendem não. Guarnição despreparada”, afirmou Hangel.

O cantor também afirmou que não xingou os policiais durante a prisão e que falou um xingamento com um amigo que estava dando bebida alcoólica para ele durante o show e que os militares podem ter entendido que foi com eles.

“Fiquei detido, paguei dois salários-mínimos de fiança para ser liberado. Infelizmente é isso, querem tirar dinheiro do povo de qualquer jeito. Os policiais só estão querendo atrapalhar o trabalhador, prender bandido não. Mas, graças a Deus pela minha família, meus amigos que ficaram lá, minha banda também. Não estou com raiva dos policiais, só achei despreparo. Achei muito infantis, querendo se mostrar, tem alguns que abusam da farda, infelizmente. Dessa vez eu não fui errado. Atendi os pedidos dos policiais, só não gostei da agressão que fizeram comigo, até porque não agredi verbalmente e nem fisicamente nenhum”, concluiu.

Outros casos

Esta não é a primeira vez que Hangell se envolve com a polícia. No final de 2014, ele chegou a ser preso por agredir um homem, que sofreu fraturas na mandíbula e maxilar, também na capital do Acre.

Ele foi solto durante audiência de custódia em março de 2015.

Já em 2016, o cantor teve imagens divulgadas dando um tapa no rosto de uma mulher durante a Cavalgada. O vídeo viralizou nas redes sociais, mas o cantor minimizou o episódio após repercussão.

Em 2020, ele teve ‘nudes’ vazados nas redes sociais. As imagens íntimas viralizaram e o cantor virou alvo de piadas. Também em 2020, o sertanejo participou de uma festa durante o período de pandemia do novo coronavírus, descumprindo as medidas de isolamento social.

Nota da PM-AC na íntegra

Sobre a ocorrência envolvendo o cantor Hangell Borges, a PMAC esclarece que na madrugada deste sábado, 21, ele foi conduzido até a delegacia do município de Xapuri em razão de desobediência, resistência e desacato à equipe policial militar de serviço.

Que após se negar a encerrar uma festa que ultrapassava o horário permitido, conforme estabelecido no Decreto nº 003, de 17 de janeiro de 2003, começou a verbalizar palavras ofensivas e de baixo calão aos militares e ainda instigar o público contra a ação legal dos militares, foi conduzido à delegacia sem resistência, e por esse motivo, sem o uso de algemas.

Já na delegacia, quando solicitados os seus pertences pessoais, se negou a entregá-los e passou a resistir à prisão, momento em que fez necessário o uso da força, mais especificamente de uma técnica de imobilização pessoal conhecida popularmente como “mata-leão”, além do uso de algemas.

Esclarecemos ainda que técnicas desse tipo são utilizadas pelos policiais militares quando estritamente necessárias, diante da ação da pessoa a ser contida durante qualquer ocorrência policial.