Defesa tinha pedido redução da pena, que foi de 12 anos em regime fechado. Desembargadores decidiram por unanimidade manter sentença
Cinco meses após júri, a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre manteve, por unanimidade, a condenação contra Evan Cley Gomes da Rocha pela morte do gamer Carlos Antônio Coutinho de Souza, em novembro de 2021 em Rio Branco.
Em sentença de primeiro grau, o réu foi condenado a 12 anos de prisão, em regime fechado, pelo crime de homicídio com as qualificadoras de motivo torpe e recurso que dificultou defesa da vítima. Na época, a Justiça deferiu ao réu o direito de recorrer da sentença em liberdade.
No recurso, a defesa de Rocha pediu pela redução da pena, considerando a confissão espontânea e menoridade relativa. O Ministério Público rebateu a apelação e se manifestou pelo desprovimento do recurso. O g1 não conseguiu contato com a defesa até última atualização desta reportagem.
Ao analisar o caso, o desembargador relator Elcio Mendes entendeu que a magistrada que deu a sentença agiu com a “melhor técnica” ao definir a quantidade de pena. “Logo, não há que se falar em redução da pena aquém do mínimo legal”, pontuou o relator na decisão.
Evan Cley Rocha foi pronunciado em agosto do ano passado após passar por audiência de instrução e desde então aguardava o julgamento em liberdade, cumprindo medidas cautelares. Na época, para conceder esse direito, a Justiça considerou o tempo que ele estava preso, que era oito meses, além do fato de possuir endereço fixo e não ter antecedentes criminais.
O crime ocorreu no dia 30 de novembro de 2021 no bairro Vila Acre, região do Segundo Distrito de Rio Branco. Carlos Coutinho era gamer e influenciador conhecido no jogo eletrônico Free Fire. Ele morreu depois de levar uma facada no pescoço enquanto voltava do trabalho em uma bicicleta. Após ser ferido em frente a uma igreja, a vítima ainda correu cerca de 100 metros para pedir socorro. Mas não resistiu e morreu no PS.
Motivação e denúncia
As investigações apontaram que o crime foi motivado por ciúmes. Evan Cley foi preso no dia 8 de dezembro de 2021 e, segundo a polícia informou na época, ele confessou crime e disse que fez após descobrir que tinha sido traído pela namorada com a vítima.
Na denúncia oferecida pelo Ministério Público, após o crime, o suspeito procurou a igreja que frequentava, contou o que tinha acontecido e o líder religioso Richarlison Lima dos Santos o ajudou a fugir do flagrante policial.
Richarlison Santos também chegou a ser denunciado pelo Ministério Público do Acre, mas durante audiência de instrução, o próprio MP pediu pela absolvição dele, por entender que não ficou comprovada essa fuga já que a polícia ainda não estava atrás de Cley. O pedido foi aceito pela Justiça e o líder religioso foi absolvido.
Evan Cley teria pego uma faca do seu trabalho e foi até o Ramal da Castanheira, que era trajeto da vítima, e, como forma de emboscada, esperou e atacou com o golpe de faca.