Corpo do menino Gael de Souza Paiva não foi achado após três dias de buscas no Rio Tarauacá, no interior do Acre
Chegaram ao fim nesta sexta-feira (8) as buscas pelo corpo do pequeno Gael de Souza Paiva, de 2 anos, que caiu no Rio Tarauacá, na cidade de mesmo nome, na última terça-feira (5). A suspensão cumpre o protocolo de três dias buscas e mergulhos.
O tenente Rosivan Cavalcante disse que os bombeiros pediram à população que, caso vejam ou entrem algo no rio, que acionem as equipes. “Já faz muito tempo e não tem condições de uma pessoa passar esse tempo todo na água e ser encontrada viva. A gente espera que, se o corpo emergir, que a gente possa resgatar. Mas, a princípio, está desaparecido nas águas”, lamentou.
O menino estava em uma canoa com o pai quando, em uma curva, uma onda bateu na embarcação e ele caiu nas águas. O pai ainda teria mergulhado em busca pelo filho, contudo, por conta da forte correnteza, não conseguiu encontrá-lo.
O local onde o menino caiu tem entre 5 a 6 metros de profundidade e é chamado canal do rio.
‘Levou meu coração junto’
O g1 conversou com o pai do menino, o autônomo Gracionildo Paiva, que relatou o drama vivido pela família desde o acidente. Emocionado, ele disse que não tem conseguido forças para acompanhar as buscas pelo corpo do filho e que a mãe de Gael está inconsolável.
“Não estou conseguindo acompanhar de perto, porque não tenho nem coragem de, se encontrarem, eu olhar para ele. Ele estava comigo quando tudo aconteceu, estava só eu, ele e Deus mesmo. Tinha saído do porto do mercado e estava indo para casa, fomos passar pela onda da canoa e nem imaginava que ia acontecer isso. A onda jogou minha embarcação para o meio, tombou e ele caiu na água com cadeirinha e tudo. Eu soltei o motor na hora e me joguei para pegar ele e não consegui, até eu ia morrendo”, relembrou o pai.
Paiva contou que o filho era seu companheiro em todos os momentos e que tinha costume de andar com ele na embarcação. A família mora no Seringal Vitória Velha, uma comunidade rural que fica a cerca de três horas de viagem pelo rio até a cidade de Tarauacá.
“Bem ninguém está, até quem nem era da família está abalado, chocado com a situação. A mãe dele está desesperada com tudo isso. Mas, acredito que não está sendo mais difícil pra ninguém do que pra mim. Qualquer pai vai sentir culpa de não poder salvar o próprio filho. Ele levou meu coração junto”, lamentou.