O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), através da Promotoria de Justiça Cumulativa de Bujari, conseguiu a condenação de grupo criminoso responsável por roubo que resultou na morte de uma mulher na zona rural do município, em 2019.
O promotor de Justiça Carlos Pescador atuou na denúncia oferecida contra seis pessoas pelos crimes de latrocínio e associação criminosa. Na sentença proferida pelo juiz Manoel Simões Pedroga, publicada no dia 29 de junho, a soma das penas de reclusão impostas a cinco réus chega a cerca de 220 anos, que devem ser cumpridas em regime fechado.
Segundo investigação da polícia, em junho de 2019, durante a noite, o grupo arrombou uma residência, com intenção de obter dinheiro e arma de fogo. No momento em que rendiam uma mulher utilizando escopeta, o marido, que estava em outro cômodo da casa, percebeu a ação e respondeu com um tiro de rifle, o qual acabou acertando a própria esposa. Os criminosos fugiram pelas portas do fundo e levaram uma bolsa com certa quantia de dinheiro e um celular.
O promotor destaca a atuação da Polícia Civil, que foi essencial para elucidar o caso, pois, a partir de objetos deixados na cena do crime, de pesquisas em redes sociais e da denúncia da irmã de um dos condenados, foi possível chegar à identidade dos réus. Após a delação, a irmã do condenado foi assassinada, fato que está sendo apurado pela polícia, tendo em vista a possibilidade de que se trate de retaliação pela denúncia.
O MP defendeu a tese de dolo indireto. Para o promotor, o fato de que o tiro, que alvejou a mulher, tenha saído da arma do próprio marido, não faz com que o crime não deva ser imputado aos réus, já que eles assumiram risco de produzir o resultado morte, inclusive utilizando a vítima como “escudo humano”, mesmo após o marido apontar arma.
“Na audiência, foi possível perceber, e a família confirmou, que o marido da vítima teve sua saúde mental bastante abalada pela situação, chegando a demonstrar os primeiros sinais do mal de Alzheimer, porque ele se sente responsável por matar a própria mulher”, completou o promotor Carlos Pescador.