Osvaldo Ribeiro Maia, de 74 anos, foi achado na manhã desta quinta-feira (30) quando as águas do Rio Acre baixaram e os parentes foram limpar a casa dele
O aposentado Osvaldo Ribeiro Maia, de 74 anos, foi achado morto e coberto de lama dentro de casa nesta quinta-feira (30) no Centro de Brasileia, interior do estado, e uma das localidades mais atingidas pela enchente do Rio Acre. Familiares do idoso foram ao local fazer a limpeza da casa após as águas baixarem e encontraram o corpo.
Eles informaram à polícia que o idoso se recusou a sair de casa durante a enchente. A residência, na Marechal Rondon, fica próximo ao Rio Acre e foi completamente tomada pelas águas.
Na quarta-feira (29), o rio chegou a marcar 13,50 metros, sendo que a cota de transbordo é de 11,40 metros. Já durante a madrugada, o manancial começou a vazar e nesta quinta (30) marcava 8,01 metros. A Defesa Civil Municipal estima que mais de 2,9 mil famílias com 8,9 mil pessoas foram atingidas pela cheia.
Mesmo com a vazante, as 115 famílias desabrigadas, com um total de 459 pessoas, seguem nos abrigos. Além disso, segundo os dados, 2.413 famílias estão desalojadas, totalizando 8.446 pessoas em casas de parentes ou amigos.
Também na quarta, o governo federal reconheceu a situação de emergência decretada pelas prefeituras de Brasiléia, Epitaciolândia e Xapuri por causa da enchente do Rio Acre que atinge milhares de moradores da região do Alto Acre.
Achado por parentes
Ao g1, o delegado que investiga a morte de Osvaldo Maia, Erick Maciel, explicou que o corpo do aposentado foi encaminhado para Rio Branco para saber a causa exata da morte. Na manhã desta quinta, duas sobrinhas do idoso foram até a residência fazer a limpeza e acharam o local trancado.
“Tiveram que arrombar a porta traseira e as duas entraram. A primeira que entrou achou que fosse até um manequim no chão porque estava coberto de lama. Uma delas passou a mão na cabeça dele e viu que era o tio mesmo”, lamentou.
Ainda segundo o delegado, o aposentado foi visto com vida na quarta-feira. Os familiares também relataram que Maia tinha problemas com bebidas alcoólicas.
“Ele morava só, foi relutante em querer sair da casa. Há alguns dias, ela [sobrinha] tinha retornado e chamado para sair de casa, que era perigoso a água subindo. Idoso geralmente é teimoso, e disse que a água ia baixar e ia ficar por lá. Hoje quando baixou a água, acharam ele”, concluiu.