Vereador de Assis Brasil Wermyson Martins Tamburini e outros dois acusados de abusarem da vítima foram presos nesta terça-feira (28). Crime ocorreu em 2020 e chegou ao conhecimento da polícia em 2021
O vereador Wermyson Martins Tamburini (PSDB) foi preso na manhã desta terça-feira (28) acusado de estupro de vulnerável contra um menino de 11 anos em Assis Brasil, interior do Acre. A prisão do parlamentar ocorreu após a sessão na Câmara Municipal de Vereadores pela Polícia Civil.
Os policiais cumpriram um mandado de prisão contra o vereador e outros dois acusados do crime após o caso transitar em julgado na Justiça.
Juntos, os três foram condenados a mais de 31 anos de prisão em regime fechado. Os demais acusados seriam um servidor público e um idoso. Eles foram levados para Brasiléia, também no interior, e devem ser transferidos para um presídio de Rio Branco nos próximos dias.
A reportagem tenta contato com a defesa do vereador.
O presidente da Câmara de Vereadores de Assis Brasil, Wendell Gonçalves Marques, disse que não iria comentar o assunto, que é ‘algo particular do vereador’. Ele afirmou que vai aguardar a notificação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AC) para cumprir o regimento da Casa.
“O regimento tem alguns pontos que diz o que cabe para a perda do mandato. Um dos pontos é esse tipo de coisa [prisão]. Assim que a gente for notificado a Câmara vai se manifestar. Teve sessão normal, ele estava e a prisão foi depois”, confirmou.
Prisão
Os mandados judiciais foram cumpridos durante a Campanha Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que tem a parceria da Polícia Civil do Acre. O delegado Luccas Vianna, responsável pela ação, explicou que a sentença é definitiva, transitado em julgado, e saiu o mandado de prisão.
“Foram encaminhados para Brasiléia e, de lá, para o presídio. Os três respondem ao mesmo processo”, confirmou.
O g1 apurou que a criança vendia picolé na época e relatou para uma pessoa conhecida que foi abusada por cerca de seis pessoas em momentos diferentes. Entre os apontados pela vítima estavam o vereador e os demais presos nesta terça.
A vítima relatou também que era atraída pelos acusados para vender picolé e aconteceram os abusos. Ao saber dos crimes, a Polícia Civil acionou os órgãos de proteção à criança na época e iniciou as investigações.
Inclusive, a criança chegou a mudar de cidade com os familiares por conta da exposição. Todos os acusados negaram os abusos durante as investigações.
Veja outras formas de denunciar casos de abuso e exploração de crianças e adolescentes:
- Polícia Militar - 190: quando a criança está correndo risco imediato;
- Samu - 192: para pedidos de socorro urgentes;
- Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres;
- Qualquer delegacia de polícia;
- Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa;
- Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer notificação compulsória em casos de suspeita de violência. Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia;
- WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos: (61) 99656- 5008;
- Ministério Público;
- Videochamada em Língua Brasileira de Sinais (Libras).