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Polícia

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Após mais de 1 mês, família segue no aguardo de laudo de jovem encontrada morta em motel no AC: ‘Angustiante’

Após mais de 1 mês, família segue no aguardo de laudo de jovem encontrada morta em motel no AC: ‘Angustiante’

Rayza Emanuelle Oliveira Souza, de 26 anos, foi encontrada morta em motel em Rio Branco no dia 18 de setembro. Família lamenta demora em laudo que deve atestar causa da morte

O laudo que deve apontar a causa da morte de Rayza Emanuelle Oliveira Souza, de 26 anos, encontrada sem vida em um motel de Rio Branco, no dia 18 de setembro, ainda não teve resultado divulgado. A informação foi confirmada ao g1 pelo delegado Leonardo Ribeiro, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoas (DHPP), que investiga o caso.

Apesar de já ter passado da previsão inicial, que era de 30 dias, Leonardo informou que uma nova previsão deverá ser verificada com o Instituto Médico Legal (IML) que confecciona o documento.

O g1 entrou em contato com o órgão, que disse que aguarda resultado de exames laboratoriais e frisou que não tem previsão para que o resultado saia.

Sobre o status da investigação, o delegado pontuou que depende do laudo para dar continuidade. Ele não quis detalhar à reportagem se há algum suspeito ou se as câmeras de segurança do local foram verificadas. “Está sob sigilo”, resumiu.

Família segue na espera por respostas

A reportagem conversou novamente com uma tia de Rayza, que pediu para não ter o nome divulgado. Ela lamentou o atraso no resultado do laudo e definiu como “estranho” a demora e a falta de informações.

“Estamos esperando o laudo há mais de 30 dias e até agora nada. Pelo visto, [a polícia] não tem muito interesse em cobrar esse laudo. É angustiante não ter resposta. O pai dela está só esperando também e ninguém informa nada”, afirmou.

Sobre a suspeita do que possa ter acontecido, de fato, a tia falou que a família segue com dúvidas do que pode ter levado à morte de Rayza.

“Oior é isso, não sabemos o que aconteceu. Na polícia, a resposta sempre é a mesma: pra gente ter paciência”, disse ela.

O caso

Rayza foi encontrada morta na noite do dia 18 de setembro em um quarto de motel da Via Chico Mendes, no bairro Triângulo Velho, Segundo Distrito de Rio Branco. A vítima tinha sangramento na boca e um travesseiro na cabeça.

O delegado Leonardo Ribeiro disse que, inicialmente, foi informado que a morte não teria sido em decorrência de crime. Contudo, caso o laudo cadavérico atestasse alguma violência seria instaurado inquérito.

Ao g1, a família da jovem informou na época que ela tinha diagnóstico de bipolaridade, fazia tratamento e era acompanhada por profissionais de saúde. Rayza tinha dois filhos, de 3 e 9 anos, e, por conta dos problemas mentais, a guarda das crianças foi repassada à avó materna antes de morrer.

A família não acredita que Rayza tenha morrido por overdose. Segundo a tia, ninguém da família sabia que a sobrinha usava drogas. A tia contou que Rayza perdeu a guarda dos filhos após ter um surto em um prédio público da capital acreana e ficar sem roupas.

Prostituição

aRayza morava no bairro Estação Experimental sozinha. Ao g1, uma vizinha relatou, após o crime, que a jovem trabalhava como garota de programa na Via Verde há mais de um ano. A família nega que isto seja verdade.

“Falaram que ela era prostituta, que estava se prostituindo para ganhar dinheiro pros filhos. É mentira. Se ela estava fazendo isso, era porque queria e não porque precisava. O pai dela dava uma pensão pra ela, as tias, a avó [também] sempre mandavam dinheiro e também vimos os PIXs que o namorado mandava para ajudar”, ressaltou a tia.

A tia revelou que a família sempre se preocupou muito com Rayza, mas que tinham dificuldades em mantê-la segura por conta das crises e do distanciamento da família.

“Não vou querer passar a mão na cabeça dela, porque ela dava trabalho para a família, sumia, surtava. Desde cedo teve esse problema mental. Era tão grave que ela não tinha medo do perigo, não tinha medo de risco. Não tinha medo de ninguém. Mas, era uma pessoa que precisava de cuidados”, diz.
De acordo com a tia, Rayza não conseguia emprego, mesmo tendo feito cursos. Ela era formada em técnica de enfermagem e tinha iniciado o curso de direito.

Testemunhas contaram aos familiares que ela estava em uma parada de ônibus antes de morrer. Isso fez a família suspeitar que ela possa ter marcado de encontrar alguém. A família soube também que o homem entrou primeiro no motel. Rayza, que estava na parada de ônibus, entrou depois.