Francimar Oliveira se apresentou à polícia nesta quarta-feira (21) e foi liberado por falta de mandado de prisão. Ivanir de Paula está internada no PS de Rio Branco após cirurgia no pulmão que foi perfurado na agressão
Após esfaquear diversas vezes a ex-namorada Ivanir Patrício de Paula, o servente de pedreiro e principal suspeito do crime, Francimar Vitória de Oliveira, encaminhou um áudio ameaçando a vítima, segundo a polícia. Ivanir está internada no Pronto-Socorro de Rio Branco, onde passou por uma cirurgia após ter um dos pulmões perfurado na agressão.
Na mensagem, o suspeito diz que irá ficar por dois anos foragido e voltará.
“Isso é para tu parar de mentir para homem. Estou saindo fora agora, descendo para Extrema, passar uns dois anos foragido, mas quando eu voltar nós vamos ter outra conversa.”
Ivanir passava de bicicleta na Rodovia AC-475, em Acrelândia, interior do Acre, na última segunda-feira (19), a caminho do trabalho quando foi atacada pelo ex-companheiro na frente da filha pequena. Francimar Oliveira fugiu depois da agressão.
O crime revoltou a população de Acrelândia. Ivanir é servidora terceirizada da Educação Municipal de Acrelândia e trabalha na equipe de apoio na Educação há cerca de um ano.
Suspeito se apresentou à polícia e foi liberado após ser ouvido
Na manhã desta quarta-feira (21), o suspeito se apresentou à polícia com um advogado. Ele permaneceu calado quando foi questionado sobre o crime.
“Infelizmente foi liberado porque o mandado de prisão ainda não foi expedido. Estamos preocupado porque, recentemente, mesmo depois de esfaquear a vítima, ele ameaçou ela mandando um áudio dizendo que vai dar um tempo e depois volta para conversar com ela”, confirmou o delegado responsável pelo caso, Dione Lucas.
O delegado disse que teve conhecimento da mensagem com as ameaças apenas depois da apresentação do suspeito. A reportagem entrou em contato com o advogado de Francimar Oliveira, James Rosas e ele disse que não vai comentar o caso no momento. Sobre o áudio, a defesa alega não ter conhecimento.
“Os familiares [da vítima] só apresentaram o áudio após a apresentação dele. Com esse áudio, talvez, pudesse flagranteá-lo de outra maneira porque a vítima tem medida protetiva. Se esse áudio fosse apresentado em tempo correta, poderia prender por outro crime, por descumprir a medida protetiva, confirmou o delegado.
Medo de represália
Ainda durante a apresentação, o suspeito confessou à polícia que está com medo de ficar solto e sofrer alguma represália.
“Disse que pretente ser preso porque está com medo, preocupado por causa da repercussão do caso. A população aqui está inflamada com essa situação e até eu, como delegado, estou preocupado com a integridade dele, de acontecer alguma coisa e essa situação piore”, afirmou.
O delegado contou também que já ouviu algumas testemunhas do crime. Internada, a vítima ainda não prestou depoimento.