..::data e hora::.. 00:00:00

Polícia

Após dois dias de júri, quatro são condenados a mais de 470 anos por triplo homicídio em ataque no AC

Um dos réus, Lucas Campos da Silva, foi absolvido das acusações. Julgamento popular do grupo começou na terça-feira (22) e terminou nessa quarta (23) na 2ª Vara do Tribunal do Júri

Após dois dias de júri, quatro dos cinco réus acusados de triplo homicídio e quatro tentativas de homicídio nos bairros Carandá e Aeroporto Velho, em Rio Branco, foram condenados. Somadas, as penas ultrapassam os 470 anos de prisão, em regime inicial fechado.

O julgamento começou na terça-feira (22) e terminou por volta das 17h dessa quarta (23), na 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar. Um dos réus, Lucas Campos da Silva, foi absolvido das acusações e teve o alvará de soltura expedido pelo juiz Alesson Braz.

Entre os réus estavam Gilmar Gomes Ferreira; Lucas Campos da Silva; Mateus Saraiva Néri; Gabriel Alencar de Oliveira; Alex Pinheiro de Souza. Todos os cinco presos preventivamente.

Conforme a decisão, Gilmar Ferreira foi condenado a 116 anos, sete meses e 15 dias; Mateus Néri levou 105 anos, um mês e 15 dias de reclusão; Gabriel de Oliveira foi condenado a 136 anos e 21 dias de reclusão; e Alex Pinheiro de Souza e 116 anos, sete meses e 15 dias.

Os quatro foram condenados pelos crimes de triplo homicídio, quatro tentativas de homicídio e por integrarem organização criminosa. Na decisão, o magistrado negou o direito dos condenados de apelar em liberdade.

O advogado dos réus Gilmar Ferreira e de Gabriel Oliveira, Silvano Santiago afirmou que recorreu da decisão. O G1 não conseguiu contato com as defesas dos demais réus.

“Já recorremos e pretendemos anular o júri, foi um julgamento contrário às provas do processo. A condenação quando ocorre tem necessariamente que ser baseada e fundamentada nas provas e não em meras conjecturas e convicções intimas do promotor. Processo penal não é ato de mediunidade”, afirmou o advogado.

Ataque criminoso

Inicialmente, a informação era de que o grupo tinha matado duas pessoas e ferido a tiros outras cinco. Mas, conforme o processo, eles foram denunciados por triplo homicídio, quatro tentativas de homicídio e por integrarem organização criminosa.

O crime ocorreu no dia 27 de julho de 2019, quando um grupo, em pelo menos quatro motocicletas, atirou contra as vítimas, em bairros diferentes da capital.

Antônio José de Souza, de 45 anos, foi alvejado no bairro Aeroporto Velho. Logo depois, o mesmo grupo executou Francisco Oliveira Ponciano, de 20 anos, no bairro Carandá.

A outra vítima fatal, segundo o processo é Marcos Yury Silva do Ó, que foi atingido por disparos de arma de fogo na Rua Mendes Sá, no Bairro Glória. Outras quatro pessoas ficaram feridas a tiros. A informação é que a terceira vítima fatal estava sendo contada como sendo da tentativa de homicídio, mas acabou morrendo no hospital e não chegou a ser divulgado na época.

No dia 30 de junho do ano passado, o grupo passou pela primeira audiência de instrução, onde foram ouvidas duas das vítimas e duas testemunhas, por videoconferência, por conta da pandemia.

No dia 2 de julho também do ano passado, foi em uma outra audiência de instrução, sete testemunhas foram ouvidas. Por fim, no dia 9 de julho, também por videoconferência, os acusados foram interrogados.