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Polícia

Acusado de matar gamer é condenado a 12 anos de prisão por júri popular no Acre

Acusado de matar gamer é condenado a 12 anos de prisão por júri popular no Acre

Júri ocorreu nesta segunda-feira (10) na 1ª Vara do Tribunal do Júri, em Rio Branco. Gamer Carlos Antônio Coutinho de Souza foi assassinado em novembro de 2021 com uma facada no pescoço

Evan Cley Gomes da Rocha (foto), acusado de matar o gamer Carlos Antônio Coutinho de Souza em novembro de 2021 em Rio Branco, foi condenado a 12 anos de prisão por um júri popular nesta segunda-feira (10) na 1ª Vara do Tribunal do Júri, em Rio Branco.

O acusado vai cumprir pena por homicídio com as qualificadoras de motivo torpe e recurso que dificultou defesa da vítima. O g1 não conseguiu contato com a defesa até última atualização desta reportagem.

A pena deve ser cumprida, inicialmente, em regime fechado. Contudo, a Justiça deferiu ao réu o direito de recorrer em liberdade da sentença destacando que o rapaz está solto há cerca de oito meses e ‘não há fato novo a justificar o decreto preventivo, bem como não foi apresentado pedido para o decreto’.

Evan Cley Rocha foi pronunciado em agosto do ano passado após passar por audiência de instrução e desde então aguardava o julgamento em liberdade, cumprindo medidas cautelares. Na época, para conceder esse direito, a Justiça considerou o tempo que ele estava preso, que era oito meses, além do fato de possuir endereço fixo e não ter antecedentes criminais.

O crime ocorreu no dia 30 de novembro de 2021 no bairro Vila Acre, região do Segundo Distrito de Rio Branco. Carlos Coutinho era gamer e influenciador conhecido no jogo eletrônico Free Fire. Ele morreu depois de levar uma facada no pescoço enquanto voltava do trabalho em uma bicicleta. Após ser ferido em frente a uma igreja, a vítima ainda correu cerca de 100 metros para pedir socorro. Mas não resistiu e morreu no PS.

crime 002 webInfluencer conhecido no jogo Free Fire no AC morreu em novembro de 2021 após levar facada no pescoço — Foto: Arquivo pessoal

Motivação e denúncia

As investigações apontaram que o crime foi motivado por ciúmes. Evan Cley foi preso no dia 8 de dezembro de 2021 e, segundo a polícia informou na época, ele confessou crime e disse que fez após descobrir que tinha sido traído pela namorada com a vítima.

Na denúncia oferecida pelo Ministério Público, após o crime, o suspeito procurou a igreja que frequentava, contou o que tinha acontecido e o líder religioso Richarlison Lima dos Santos o ajudou a fugir do flagrante policial.

Richarlison Santos também chegou a ser denunciado pelo Ministério Público do Acre, mas durante audiência de instrução, o próprio MP pediu pela absolvição dele, por entender que não ficou comprovada essa fuga já que a polícia ainda não estava atrás de Cley. O pedido foi aceito pela Justiça e o líder religioso foi absolvido.

Ainda conforme a denúncia, o MP-AC disse que o acusado agiu por motivo torpe, ciúme e recurso que dificultou a defesa da vítima. Evan Cley teria pego uma faca do seu trabalho e foi até o Ramal da Castanheira, que era trajeto da vítima, e, como forma de emboscada, esperou e atacou com o golpe de faca.

Postagens antes do crime

Conforme relatório policial, ao verificar as redes sociais de Evan Cley, a Polícia Civil constatou que ele já estava planejando o crime. Postagens falavam sobre morte e “talaricagem”. Em uma das postagens ele dizia “eu sabia que ela merecia mais e também sabia que não aguentaria a dor de ver ela ao lado de outra pessoa, então eu melhorei, melhorei para não perder ela (sic).”

crime 003 webAo analisar postagens de acusado nas redes sociais, polícia constatou que ele planejava o crime — Foto: Reprodução

Já em outra publicação, o jovem usou a imagem da boneca da série “Round 6”, com a legenda: “Imagina só se essa boneca fosse um tipo de detector de talarico. Minha quebrada tava extinta.”

A suspeita inicial era de que o rapaz tinha sido vítima de um latrocínio. Isso porque a informação era que ele tinha tido a bicicleta roubado no ataque. Mas, conforme a Polícia Civil, um levantamento feito pela Dcore apontou que nada foi roubado do rapaz e que, portanto, não houve crime relacionado a latrocínio. O caso então passou a ser investigado como homicídio e o inquérito foi remetido à DHPP.