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Polícia

Acusado de mandar filmar decapitação de jovens durante guerra de facções no Acre pega mais de 65 anos de prisão

Julgamento ocorreu na 1ª Vara do Tribunal do Júri, cincos anos depois da morte dos adolescentes que foram gravados antes de serem mortos por integrantes de facções criminosas

O acusado de ser um dos mandantes da execução de Lucas Kennedy Freire de Souza, 20 anos, Richard Ximenes Rodrigues, de 16, foi condenando a 65 anos e oito meses anos de prisão em regime fechado nesta terça-feira (31) durante julgamento na 1ª Vara do Tribunal do Júri, em Rio Branco. Antônio Gomes Gonçalves Filho também deve pagar 140 dias-multa.

Ele segue preso no Complexo Penitenciário Francisco de Oliveira Conde, na capital, e não pode recorrer da decisão.

O julgamento ocorreu cincos anos depois da morte dos adolescentes que foram fotografados antes de serem mortos por integrantes de facções criminosas. As imagens foram divulgadas pela Polícia Civil na época. Este também foi um dos primeiros crimes bárbaros registrados em filmagens durante a guerra de facções naquela época. Os corpos dos jovens só foram achados dias depois.

Segundo a Justiça, as duas vítimas foram escolhidas aleatoriamente por integrarem uma facção rival a do acusado. O crime foi uma retaliação a um outro homicídio apenas para medir forças na guerra de facções que disputavam território no estado.

Além de determinar a morte dos jovens aos executores, foi Antônio Filho que pediu que todo o crime fosse filmado e divulgado como forma de demonstrar o poder do grupo criminoso.

Os dois foram levados ao cativeiro por Joalyson da Silva e Eriques Oliveira lá, segundo o processo, foram agredidos fisicamente e torturados psicologicamente antes de serem executados de maneira cruel.

Joalyson foi condenado, ainda no final de 2017, a mais de 60 anos de prisão por ter filmado toda a ação.

Conforme a polícia, Souza estava junto com Richard Rodrigues, que também aparecia em um vídeo sendo decapitado e em seguida esquartejado no mesmo dia. Crime ocorreu em dezembro de 2016.

O delegado que comandou as investigações na época, Roberth Alencar, disse que eles estavam em um bar no bairro Sobral e Rodrigues pediu para o Souza levar ele em algum lugar. Os dois saíram de moto, teriam sido levados para um cativeiro e desapareceram. Segundo as informações, horas depois eles foram executados.

“Eles estavam juntos, isso a inteligência já havia passado para nós. A família veio até a delegacia e relatou o desaparecimento. Os familiares de Souza afirmam que ele não estava ligado a facções criminosas, mas ele já tinha passagem por assalto”, contou.

O delegado explicou que a polícia fez uma análise do áudio do vídeo e verificaram que os bandidos tentaram matar Souza enforcado, mas ele permaneceu vivo e em seguida foi decapitado com um facão.

Nas imagens, os criminosos desafiavam facções rivais e alegavam que as mortes eram uma retaliação a outras três mortes que tinham ocorrido dias antes.