Em março, mulher de 44 anos foi estuprada por passageiro que pediu para ser levado a um motel em Rio Branco. O homem foi condenado por roubo e estupro, sem direito a recorrer em liberdade
O acusado de estuprar uma mototaxista de 44 anos em um motel de Rio Branco foi condenado a 15 anos e 9 meses de prisão pelos crimes de roubo e estupro. A decisão é do juiz Gustavo Sirena, da Vara de Roubos e Extorsões.
Ele também teve negado o direito de recorrer da sentença em liberdade. O g1 não conseguiu contato com a defesa dele.
Ele estava preso desde o dia 22 de março, quatro dias após o crime, após cumprimento de mandado de prisão no bairro Castelo Branco, na capital acreana.
‘Implorei para não me matar’
O crime aconteceu no dia 18 de março e o momento em que o homem ameaça a vítima com uma faca durante a corrida foi flagrado por câmeras de segurança. As imagens mostram o momento em que o suspeito aborda a vítima no Centro de Rio Branco e solicita a corrida. Ele usava calça jeans e uma blusa azul.
A Polícia Militar informou que a vítima foi ameaçada de morte com uma faca e levada até o motel. Lá, ela foi obrigada a ter relações sexuais com o criminoso e, após o estupro, foi agredida com socos no rosto e sufocada. À época da prisão do agressor, a vítima aceitou conversar com o g1, sem ser identificada.
“Pedi muito, em nome de Jesus, ‘não me mata, não me mata, tenho meu filho para criar’. Só pensei no meu filho naquela hora. Implorei para não me matar. Ele me enforcando, falei que estava fazendo todas as vontades dele. Perguntei o que mais queria para me deixar viva.”
Os ferimentos deixados no rosto ainda são visíveis. Ela está com os dois olhos roxos, e precisou tomar pontos no nariz e abaixo do olho direito. Os machucados internos, aqueles que podem levar anos para ser curados e precisam de todo apoio e ajuda, ainda doem quando ela fala do crime.
O forte relato da mototaxista pode ser conferido nesta reportagem do g1.
Videochamada após estupro
Na suíte, a mototaxista foi obrigada a tirar a roupa enquanto o suspeito fazia uma chamada de vídeo para uma mulher. A vítima não lembra o que o suspeito falou para essa mulher, mas disse recordar que ele utilizou o telefone dela para salvar o contato e ligar para a pessoa.
“Eu disse: ‘mas, por que você vai me filmar pelada?’ Ele falou que uma pessoa pagava a ele para fazer esse tipo de serviço. Mas, eu estava falando isso para a psicóloga e disse que isso é coisa de psicopata para fazer ciúmes para alguma ex-mulher dele. Fez a chamada de vídeo do meu celular, que foi por meio do meu celular que a polícia chegou até ele. Não sei quem é essa pessoa, vi uma foto dela”, fala.
A vítima conta também que o suspeito ficou algum tempo falando com essa mulher. A delegada Carla Fabíola, que investigou o caso, explicou que já ouviu a mulher que recebeu a ligação e outras pessoas citadas. Segundo ela, a mulher não tem envolvimento no crime e o criminoso usou o nome dela para criar uma mentira sobre a mototaxista.