Crime ocorreu em novembro de 2020, quando as detentas mataram a companheira de cela com corte no pescoço
As acusadas de matar a detenta Jamilly Ferreira Barbosa, achada morta dentro da Unidade de Regime Fechado Feminina de Rio Branco, Ana Clara Freitas Sá e Valdereis de Souza Nascimento, pegaram juntas mais de 32 anos de prisão. O julgamento ocorreu nesta terça-feira (17) na 1ª Vara do Tribunal do Júri, em Rio Branco.
Valdereis foi condenada a 17 anos e seis meses de prisão em regime fechado e Ana Clara a 15 anos e 10 meses.
Jamilly foi morta no dia 22 de novembro do ano passado pelas duas colegas de cela. A detenta tinha problemas mentais e não deixava as companheiras dormirem. A informação foi confirmada pelo Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) na época do crime.
O crime
Conforme o processo, em depoimento Ana Clara disse que ela e a companheira Valdereis dividiam a cela com Jamily há cerca de seis meses e ela apresentava problemas mentais. Elas alegaram que já tinham pedido que fosse trocada de lugar.
No dia do crime, Valdereis disse que Jamilly estava bem até o momento da entrega do café da manhã, quando de forma inesperada jogou café no peito de Valdereis, que reagiu e empurrou ela, depois chutou e em seguida pegou a gilete que tinha usado para tirar a sobrancelha e cortou a garganta da vítima.
As duas foram denunciadas pelo Ministério Público Estadual (MP-AC) por homicídio, com as qualificadoras de usar meio cruel para execução do crime e por usar recurso que dificultava a defesa de vítima.
As acusadas estão presas na Penitenciária Manoel Néri da Silva, em Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, e em março deste ano, passaram por audiência de instrução e julgamento, logo depois elas foram pronunciadas a júri popular. O G1 não conseguiu contato com a defesa das duas.
O Iapen informou na época que a unidade penitenciária feminina não tem ala de saúde mental. Porém, afirmou que Jamilly era acompanhada por uma equipe de saúde mental.
“Geralmente são dez presos por cela, ela convivia com mais duas por cerca de seis meses e não tinham nenhum tipo de problema. Tinham uma boa convivência. Essa detenta tinha uma perícia marcada para dezembro, determinada pela Vara de Execuções Penais, mas, ela fazia acompanhamento psicológico, psicossocial, então tinha todo acompanhamento. Infelizmente, nós temos esse ocorrido, não sabemos ainda a motivação”, disse o presidente do Instituto, Arlenilson Cunha, em entrevista à Rede Amazônica Acre.