Suspeito de ser o executor do crime também virou réu no processo. Francisco Campos Barbosa foi achado morto no dia 27 de novembro do ano passado no interior do estado
A Vara Criminal de Xapuri aceitou denúncia contra Risonete Borges Monteiro, acusada de mandar matar o marido Francisco Campos Barbosa, mais conhecido como Chico Abreu, para ficar com o dinheiro dele. O suspeito de ser o executor do crime, Benigno Queiroz Sales também virou réu no processo.
O corpo do colono Chico Abreu foi achado no dia 27 de novembro do ano passado no Ramal do Cachoeira, na divisa do município de Xapuri e Epitaciolândia, no interior do Acre. Na época, os familiares dele disseram que procuravam pela vítima desde o dia 25 daquele mês e que achavam que ele havia saído para caçar.
A dupla vai responder pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e por roubo com uso de arma de fogo. Benigno Queiroz Sales, conhecido como ‘Banana’, foi preso no dia 28 de novembro de 2022, em Epitaciolândia e Risonete no dia 1 de dezembro do ano passado.
Na decisão em que aceitou a denúncia contra os acusados, o juiz Luís Gustavo Alcalde deu um prazo de 10 dias para eles apresentarem resposta às acusações.
Uma equipe da Polícia Civil, coordenada pelo delegado Luis Tonini, foi que resgatou o corpo do colono no local, que é de difícil acesso. No Instituto Médico Legal (IML), foi constatado que Barbosa foi morto com um tiro nas costas e também foi enforcado.
Conforme a denúncia do Ministério Público, Risonete e a vítima viveram juntos por mais de 12 anos, período em que, apesar da convivência conturbada, construíram um patrimônio, consistente em colônias e gado. Cerca de um mês antes da morte dele, o acusado Benigno Queiroz Sales passou a trabalhar na propriedade rural do casal por indicação da própria mulher da vítima.
A investigação apontou que cerca de 15 dias antes do crime, a vítima havia fechado um negócio pelo qual teria recebido o valor de R$ 16 mil. De posse dessa informação, os acusados teriam decidido matar e roubar a vítima, dividindo entre eles a quantia.
Plano e emboscada
Após ajustarem o plano, Risonete foi para Rio Branco para que Benigno Sales ficasse a sós com Francisco para matá-lo. No dia do crime, o acusado bebeu com a vítima, pois assim “ficava mais fácil puxar da boca dele onde estava o dinheiro”. Mas, ainda conforme o MP-AC, durante a conversa, a vítima desconfiou que seria roubada e saiu correndo em direção a um milharal. Nesse momento, o acusado pegou a espingarda da própria vítima e efetuou um disparo, que acertou as costas de Chico Abreu. Mesmo ferido, o colono ainda conseguiu correr por cerca de 200 metros, mas caiu ao chão.
Com a vítima caída, o acusado se aproximou e começou a enforcá-lo, enquanto perguntava onde ele tinha escondido o dinheiro e que sua mulher tinha contado que estava na casa.
A denúncia aponta que a vítima chegou a dizer que o dinheiro estaria guardado no quarto de Risonete, que ficava trancado com a chave embaixo de uma lata de tinta. Após matar Francisco, o acusado deixou o corpo da vítima no milharal e foi procurar pela suposta quantia em dinheiro. No entanto, não achou a referida quantia e, então, saiu levando a arma de fogo, uma motocicleta e outros pertences pessoais da vítima.