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Profissão Repórter invade reunião de compra de votos para Bolsonaro

Profissão Repórter invade reunião de compra de votos para Bolsonaro

Programa foi ao ar nesta terça-feira (1º) na Globo

No Profissão Repórter desta terça-feira (1º), Caco Barcellos e Chico Bahia viajaram pelo Brasil para conhecer e fazer um perfil dos eleitores de Lula e Bolsonaro nas eleições de 2022.

Mas a cidade Coronel Sapucaia, no Mato Grosso do Sul, chamou atenção de todos os telespectadores. O programa simplesmente flagrou uma suspeita de assédio eleitoral.

Em Coronel Sapucaia, na fronteira do Brasil com o Paraguai, houve um empate entre Lula e Bolsonaro no primeiro turno, por isso a cidade foi escolhida para uma parada dos apresentadores do programa da Globo. A princípio, Caco e Chico só queriam conversar com os moradores sobre a intenção de voto de cada um.

Ao chegarem por lá, a menos de 48 horas do segundo turno, encontraram uma reunião de eleitores do atual presidente da República. Logo na entrada do local, haviam algumas mulheres solicitando os nomes e contatos do público presente. 

“Eu não posso responder nada”, disse uma das mulheres que estavam recolhendo os dados dos moradores da cidade.

O que chamou a atenção da dupla de apresentadores do programa foi que todos os moradores presentes na reunião, a qual ninguém queria dar detalhes ou sabia dizer sobre o que era, eram beneficiários do Auxílio Brasil (programa de assistência financeira e social).

Caco conseguiu conversar com a assessora da secretária do evento, que disse: “Tem a ver de demonstrar o que o presidente e o governador estão fazendo pelas pessoas”. Já a secretária, alegou que as listas dos nomes são para enviar ao MDS (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome). 

Em seguida, o apresentador foi intimado por um homem que estava no local. “É melhor vocês ficarem na sua!”, disse o morador irritado. O público começou a ir embora assim que a equipe de reportagem do Profissão Repórter chegou no local.

O apresentador conversou com uma moradora da cidade que afirmou que a reunião já acontecia há três dias: “Antes não tinha essa reunião não. Disse que era para assinar o negócio do Bolsa Família. Aí ontem que eu ouvi falando que, quando acaba a reunião, o Rudi dá R$ 50 para cada um. Rudi é o prefeito daqui”. 

Caco foi ao encontro de Rudi Paetzold, prefeito de Coronel Sapucaia, que fez de tudo para fugir do assunto. Mas outra moradora aceitou conversar com o apresentador sobre a compra de votos na cidade.

“Eu fui. Eles, sinceramente, falaram sobre o Auxílio Brasil, porém a parte foi só sobre política. Que teria que votar no 22, porque senão, no caso, não teria mais verba para vir para cá, né? Aí pararia com tudo: pararia de fazer o asfalto, as escolas”, explicou.

A moradora seguiu dando detalhes da reunião: “Você chega lá, se você está precisando... Vamos supor, você precisa para sobreviver o auxílio e o vale renda, você muda seu voto na hora com medo de perder o benefício. Pediram para colocar o nome, colocar o documento, o número de celular”.

A suspeita de compra de votos foi só aumentando e a moradora assumiu que se sentiu pressionada na reunião. “Porque, no caso, esses nomes iriam lá não sei para onde. Para mim, aquilo foi uma pressão sobre as pessoas. Isso é promoção do prefeito, né?”, disse. 

Um tempo depois de gravar a reportagem no evento, Caco recebeu uma ligação de outro morador de Coronel Sapucaia e foi informado que era perigoso continuar as gravações na cidade.

“Fiquei preocupado, extremamente preocupado. Eu sugeriria para vocês terminar a pauta o quanto antes. Se você quiser continuar aqui na cidade trabalhando, é o teu trabalho. É assim, sua conta e risco. Mas eu conheço bem aqui a cidade. É complicado”, alegou. 

Caco e Chico encerraram as gravações na cidade e o programa seguiu mostrando a reação dos entrevistados de outras cidades com o resultado das eleições de 2022.