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Priscilla Alcântara critica religião na política: ‘Fé é individual’

Priscilla Alcântara critica religião na política: ‘Fé é individual’

Cantora diz usar a voz para pautas maiores do que simplesmente produzir música: ‘Papel do artista é muito maior’

Em meados deste mês, Priscilla Alcantara completa um ano de sua vitória no programa “The masked singer Brasil”, que marcou uma grande mudança na sua carreira, aliada à sua virada artística do gospel para o pop.

Hoje, ela apresenta seu show completo, pela primeira vez no Rio, no palco do Vivo Rio, depois de uma versão bem mais curta no Rock in Rio.

Em conversa com o EXTRA, a artista fala sobre o espetáculo, seu retorno à TV, a influência como artista no público evangélico, críticas que recebe, eleições de domingo e outros assuntos que a colocam nos holofotes da nova geração da música pop brasileira.

Quais as novidades para o show deste sábado à noite?

Um amigo como convidado especial, que ainda é surpresa. Ele é carioca e esteve comigo nesta semana. Tem também músicas inéditas e as mais recentes.

Um ano depois da vitória no “The masked singer Brasil”, o que o programa lhe rendeu?

Queria muito voltar para a TV, e fiz a segunda temporada como apresentadora, além do TVZ. Mas a maior conquista foi a amizade com Ivete Sangalo. Ela é um grande amor, me ajuda muito, desde que me conheceu. Sempre presente e me aconselha muito. Ela disse que eu precisava investir nos meus shows antes de eu começar a produção desta turnê. Coloquei isso como um dos focos: montar um show muito específico e excelente, para ser lembrado. Experiência é algo que marca muito um fã e estabelece seu lugar.

Qual momento destaca do TVZ?

A Ana Castela entrou no estúdio chorando. Foi o primeiro programa em rede nacional dela. Isso foi muito especial.

Como foi seu papel de apresentadora para deixá-la mais à vontade?

Tem que sair do lugar de apresentadora. Isso impõe algum nervosismo. Respirei com ela, me emocionei e brinquei junto. Sempre essa jogada: humaniza o momento, para tirar a tensão de quem é convidado. Quem recebe se coloca de igual para igual e a coisa se desenrola.

O público evangélico cresceu muito e pauta inúmeros debates. Qual sua posição no cenário político?

Consciência social é muito importante. Não tem como ficar só na arte pela arte. Poderia, mas dependendo da sua consciência, você não dorme em paz. A minha sempre me leva a usar a minha voz para coisas maiores do que simplesmente produzir e ter meu produto consumido ali. O papel do artista é muito maior.

E qual é a sua causa? 

Não penso só em mim na hora de tomar decisões e gerar pensamentos sociais, sempre penso a partir do próximo e do coletivo.

Precisamos apresentar novas vozes evangélicas hoje no país?

Discuto isso com amigos. Todo mundo está evoluindo, é muito importante mostrar que existem novas frentes evangélicas. Graças a Deus, porque não precisamos ser representados por alguém que não nos representa em pensamento. Não preciso me comprometer ou abrir mão da minha fé, podemos representar uma nova frente dessa fé.

Você é uma dessas novas vozes?

Trabalho bastante para isso.

Acha que política e religião não devem se misturar?

Não tem que usar o nome de Deus e de algo tão puro que é a fé das pessoas. A fé não deve ser ferramenta de manipulação, tem que ser uma experiência individual e pessoal. Sou super contra quem usa o púlpito para fazer partidarismo. Rejeito qualquer ação ou movimento relacionado a isso. Não faço parte de nenhum grupo a favor disso.

Como vê as críticas a você, de evangélicos que não pensam assim?

Não gasto minha energia com o que considero irrelevante. Nunca fui muito de ligar para isso. Vocês nunca vão me ver respondendo, metida em discussões ou me justificando. Não faço isso. Eu não me defendo, eu construo. Essa é minha melhor defesa.

Vai declarar o seu voto?

Ah, as pessoas sabem do meu posicionamento.

O que planejou para as eleições de amanhã?

Volto direto do show para votar, em São Paulo. Aí fico na minha casa com a minha irmã, esperando o resultado, para ver se comemoramos ou não. Esse momento é caótico, destaco para os fãs se cuidarem bastante e se protegerem, realmente estamos vivendo um momento muito maluco, as pessoas estão malucas.