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Polliana Aleixo: “Autoestima boa é algo que se constrói todos os dias”

A atriz conta ao iG Gente que faz terapia há sete anos e tem aprendido mais profundamente sobre saúde mental e feminismo

Ao se abrir sobre as pressões estéticas sofridas pela sociedade, ela relata que a todo momento, as mulheres são forçadas a odiar a própria aparência.

Polliana Aleixo iniciou a carreira de atriz com apenas 11 anos e hoje pode ser vista novamente na reprise da novela das 6, “A Vida da Gente”, em que interpreta a jovem tenista Cecília. Hoje com 25 anos, a jovem está morando no Uruguai desde março, onde grava a segunda temporada da série “El Presidente”, da Amazon Prime Video. A história gira em torno de como a FIFA se transformou em uma potência comercial, além de mostrar o envolvimento de seu ex-presidente João Havelange e outras figuras do mundo do futebol.

A atriz conta que foi um desafio encara essa personagem, mas que busca por experiências assim em sua profissão. “Sem dúvida, entender novos meios e formatos de fazer o mesmo ofício, trabalhar com novos olhares e expectativas, diretores e roteiristas de outros países, um elenco internacional, tudo isso nos tira do lugar habitual, novas culturas trazem novos pontos de vista”, diz.

Ao se abrir sobre as pressões estéticas sofridas pela sociedade, ela relata que a todo momento, as mulheres são forçadas a odiar a própria aparência. “Por conta da estrutura social machista e capitalista que temos, somos o tempo todo influenciadas a não nos sentirmos plenamente bem ou certas. Na verdade, acho que autoestima boa é algo que se constrói e reconstrói todos os dias, para sempre”, diz.

Ao responder como lida com pressões estéticas, a atriz revela que tenta não dar extrema importância à questão em si e sim como ela lida com o problema. “Eu tento pensar no que fazer em uma situação desconfortável, na qual tenho controle”, diz.

Polliana conta que o seu principal escape em momentos de insegurança são as sessões de terapia, que realiza desde os 18 anos. Ela diz que sempre se interessou por assuntos que abordassem ciências sociais e psicologia, o feminismo também foi um fato decisivo na sua busca por autoconecimento.

“Entender o feminismo foi um grande divisor de águas na minha vida. Eu gosto de entender a raiz das coisas, com coragem e gentileza. Acho que talvez um grande conselho seja esse: buscar ser gentil consigo mesma. Eu gosto das coisas simples e práticas para me sentir bem comigo mesma, um banho quente e um óleo no corpo, um dia sem celular e relógio lendo um bom livro”, relata.

Sobre a carreira de atriz, Polliana Aleixo declara que os pontos positivos ultrapassam os negativos. “Sou muito grata pelas oportunidades que conquistei, ainda mais em meio ao momento que estamos vivendo, trabalhar ajuda na minha saúde mental”, conta.

“Tudo que meu trabalho possibilita é positivo para mim, a fluidez e falta de rotina, a parte de socialização e criação coletiva, entender novas percepções ou aprender algo novo para uma personagem, a lista é longa”, continua. De negativo, Polliana elucida a ideia glamourizada que se tem da profissão, além do conceito de que o fato de realizar trabalhos para o público a torna uma “pessoa pública”, comenta.

A atriz ainda conta sua experiências nas redes sociais, como vem aprendendo a lidar com o ambiente on-line. “Tem dias que eu acho deliciosa a troca que tenho com meu público, tem outros que quero apagar porque tenho a sensação que é informação demais para uma pessoa só. Na verdade, desconfio que estamos todos descobrindo como lidar ainda. Eu me sinto meio tia, sabe?”, confessa.

No mais, Polliana pontua sobre a sua visão sobre amor próprio que, para ela, é a consciência de si mesma. “Isso exige coragem, e saber ser gentil com isso, o que exige força. O que nos torna especiais é saber abraçar isso, se acolher. Quando sabemos receber amor de verdade de nós mesmas, aprendemos a amar o outro com o mesmo acolhimento”, diz.