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Karol Conká lança álbum um ano após “BBB”: “O clima tenso já passou”

Karol Conká lança álbum um ano após “BBB”: “O clima tenso já passou”

A cantora reflete sobre as lições que aprendeu e suas imperfeições

Karol Conká viveu um fuzuê com sua polêmica passagem pelo “BBB 21” e se deixou inflamar por uma onda de sentimentos que a fez sair do programa com o maior índice de rejeição da história (99,17%). Após seis meses reclusa e outros seis retomando a vida entre sessões de terapia e um intenso processo criativo, nasceu “Urucum”. No álbum recém-lançado, a cantora reflete sobre as quatro versões de si que conheceu: Karoline, a calma; Karol Conká, a poderosa; Mamacita, a sem paciência; e Jaque Patombá, aquela causadora que já vimos. Um ano após enfrentar o cancelamento do público, a rapper está namorando o jogador Polidoro Júnior, ex de Jojo Todynho, e voltou ao programa do GNT “Prazer feminino”. Agora feliz, Karol enxerga pontos positivos nas lições que aprendeu e diz que a pior fase já passou.

O último ano

“Primeiro veio uma tristeza profunda. Depois remorso, culpa, vergonha. A terapia, o processo criativo do álbum e a rede de apoio foram essenciais para que eu não tombasse ainda mais e definhasse. Foi difícil, mas vejo como aprendizado. Percebi o quanto precisava de autoacolhimento, autoconhecimento, me reconectar com a minha essência e ser o que desejo ser”.

As 4 personas

“Dei atenção a apenas uma camada de mim e abandonei todas as outras, o que me fez chegar a tamanho desequilíbrio. As minhas personas são Karoline, Jaque Patombá, Mamacita e Karol Conká. Karoline canta “Calma” para Jaque, que canta “Cê não pode” para o cancelamento. Agora sou Karoline no dia a dia, e Karol Conká quando preciso”.

O poder da arte

“A música é minha salvação desde os 6 anos. Sempre passei por turbulências e foi a arte que me tirou delas. Por muitas vezes, subi aos palcos após uma situação dolorosa e escondia nos looks, no sorriso. Gritava nos meus versos aquilo que queria ter, mas sentia que não tinha, que era poder, resiliência e força”.

Carinho nas ruas

“O clima tenso já passou. Há seis meses que comecei a sair e recebo carinho. Antes, fiquei reclusa e desenvolvi síndrome do pânico. Não tenho mais, mas faço acompanhamento porque ficam fragmentos do trauma. Agora consigo enxergar tudo de forma bem-humorada. Entendo o público, essa fissura por memes. Os haters perderam a cabeça, assim como eu. O que prestava das críticas, absorvi”.

Imperfeita mesmo, e daí?

“Senti um certo alívio em não ter que carregar a responsabilidade da perfeição. É uma pressão que muitos artistas carregam sem querer. Somos induzidos a sermos perfeitos, a representar, principalmente quando se trata de uma mulher preta com visibilidade. É como se a responsabilidade que temos pesasse toneladas. Vai além do que é o justo”.

Família

“Para eles, foi bem difícil também. Meu filho (Jorge, de 16 anos) ficou um tempo sem retornar à escola por não se sentir confortável. Alguns alunos fazem piada, tiram sarro. Mas tenho conversas esclarecedoras com ele e resgato a força de enfrentar os leões que a vida dá”.

Ataques e ‘BBB’

“Nunca vimos tanta rejeição e ataques no ‘BBB’, o que pode trazer consequências. Uma delas é fazer com que os atacados sintam vontade de desistir de viver. Eu recebia milhares de mensagens dizendo “Se mate”. Teve gente que me mandava o passo a passo de como eu poderia acabar com a minha vida. Isso é sério. Tirar com índice de rejeição, ok, é o jogo, mas desejar o mal... É triste demais o quanto nós não gostamos de ver os outros bem. Gostamos do vitimismo. Talvez se eu tivesse mostrado o meu lado frágil ou falado sobre todas as adversidades, as tristezas e os dramas que vivi, eu não teria sido tratada como monstro”.

Namoro

“Estou namorando há seis meses. Foi ele quem me tirou de casa. A maneira com que ele enxerga minha experiência e meu jeito me trouxe leveza. Eu achava que não namoraria mais. Não tinha paciência! Não é fácil se relacionar com Karol Conká. Sou cheia de argumentos, uma palestrinha, sabe? Tinha a cabeça no trabalho. Comecei a namorar porque a terapia me trouxe essa possibilidade de me permitir, me deixar ser amada e amar”.