Com a separação do casal Tom Brady e Gisele Bündchen, a supermodelo tem sido acusada, pela imprensa internacional, de ter um desejo por sexo anormal
A recente separação da supermodelo Gisele Bündchen com o jogador de futebol americano, Tom Brady, se tornou notícia internacional. Entretanto, outra questão, além do rompimento deles, também chama a atenção. As insinuações de que Gisele teria um enorme desejo sexual por ser brasileira, como a do jornal espanhol Marca, se tornaram um assunto polêmico. Na publicação do jornal, uma das fontes alega que “Gisele é uma super modelo brasileira com bastante desejo sexual”. O que entraria em choque com uma susposta abstinência sexual de Brady antes de jogos importantes.
Para a sexóloga Natali Gutierrez essa declaração, além de ser extremamente xenofóbica, por tratar as mulheres brasileiras como pessoas excessivamente sexualizadas e com um desejo anormal por sexo, também é completamente machista, já que trata com estranhamento uma mulher que quer fazer sexo como o próprio marido.
“Além de ter essa questão da xenofobia, outro ponto aqui é o machismo enraizado, principalmente nessa recriminação de a mulher querer fazer sexo, que é uma coisa complementante normal. A sociedade coloca o homem num patamar em que apenas ele pode sentir desejo sexual”, explica Natali Gutierrez.
A profissional também destaca que a quantidade de sexo “normal” é algo muito subjetivo para cada pessoa, sendo assim, dizer que alguém tem um “grande desejo sexual” é algo imprudente e preconceituoso. Ela destaca, até mesmo, que se alguém gostar de fazer sexo todos os dias, essa vontade ainda estaria dentro da normalidade.
“A gente julga muito as pessoas em cima de embasamento nenhum, o que é muito ou pouco depende exclusivamente do casal. Tem aqueles que fazem sexo uma vez a cada trimestre, enquanto outros gostam de fazer todos os dias”, fala a sexóloga.
Outro ponto abordado por Natali é a importância do diálogo dentro de um relacionamento, para até mesmo evitar que essa relação esfrie. A sexóloga argumenta que o casal precisa se sentir à vontade para entender o que os dois gostam dentro do sexo e o que melhor funciona para os dois.
“O diálogo para o casal é algo muito importante para entender as necessidades dos dois. Hoje, nos consultórios, nós propomos conversas em etapas, para o casal ir dizendo o que faz cada um deles se sentir satisfeito no sexo. Essa também é uma maneira de ajudar as pessoas a terem coragem de expor os desejos e fantasias delas. Para alguns, a chave para impedir o esfriamento na relação é a espontaneidade, já para outras criar uma rotina com sexo programado é o melhor. Por isso não podemos generalizar”, diz a especialista.