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Faustão temeu pela morte em transplante e cita dificuldade para andar

Faustão temeu pela morte em transplante e cita dificuldade para andar

Apresentador concedeu a primeira entrevista após a cirurgia à Record

Após pouco mais de 40 dias de se submeter a uma cirurgia de transplante de coração, Fausto Silva concedeu sua primeira entrevista. E para a surpresa geral, a emissora escolhida foi a Record, onde teve uma breve passagem na década de 1980. No Domingo Espetacular, o apresentador mostrou os avanços em sua saúde após o procedimento e revelou seu maior obstáculo neste momento: recuperar a musculatura perdida para voltar a ter forças para voltar a fazer coisas simples, como andar.

A questão da perda da musculatura foi citada em dois momentos da entrevista, mas o apresentador comentou brevemente sobre a dificuldade de caminhar na reta final, quando foi questionado por Fabíola Reipert se pretendia voltar à TV.

“Ainda não tô muito decidido, não. Vamos ver. Nunca falo ‘não, jamais’. Ainda tô muito focado na saúde. Primeiro tenho que focar nisso aí. Depois, ano que vem, vamor ver... Até tô bem demais para quem saiu de um transplante há um mês. Mas tem essa coisa de aprender a fazer a fisioterapia no sentido de recuperar a musculatura, a parte de andar, no sentido de ter força muscular mesmo. É uma reabilitação”, comentou.

Faustão também comentou que sabia da necessidade de se submeter a uma cirurgia cardíaca, mas admitiu ter ficado surpreso ao ser informado de que seu caso necessitava um transplante do órgão --ao qual foi submetido em 27 de agosto. E ele apontou que sua condição pode ter sido uma questão genética.
“Eu já sabia que teria que fazer uma cirurgia de coração, não sabia que era transplante. Aí você fica numa expectativa do que fazer, por stent... Na verdade, é uma questão de genética. Porque você vê, um cara que nunca fumou, nunca bebeu, nunca usou drogas nem nada acabou caindo na malha fina. Mas é questão de genética e eu fui descobrindo ao longo da vida. Talvez tenha sido pela genética do meu avô paterno, que eu não conheci, ele faleceu em 1937, com anos de idade. Pode ter sido isso”, avaliou.

Medo do procedimento

Fausto Silva também falou dos receios sobre sua vida dias antes do procedimento. Embora seja uma pessoa de fé e estivesse confiante no sucesso da cirurgia, ele chegou a refletir sobre o legado que deixaria, e também se mostrou tranquilo ao ver que o patrimônio levantado em seus anos de trabalho seriam suficientes para garantir estabilidade aos filhos.

“No periodo que eu fiquei esperando [a cirurgia], a grande sorte minha foi o tipo de sangue, porque eram 3 pessoas só na fila ali. Que é um tipo de sangue mais raro, pode receber... os médicos explicam direitinho. A partir desse momento, eu já tinha resolvido a minha vida, meus filhos, tudo. Isso dá uma tranquilidade, uma paz. Mas ao mesmo tempo eu falei: ‘Tem que ser, vamos embora’. Sou muito pragmático. Tenho muita fé, mas ao mesmo tempo falei: ‘Quem decide é lá em cima’. Não adianta, todo mundo falava ‘vai dar certo’. Vai dar certo, mas a vítima sou eu, então você tem que rezar e esperar o melhor”, comentou, de maneira bem humorada.

O apresentador também relatou que a cirurgia foi a parte mais tranquila de todo este processo, e que as dificuldades estão surgindo agora, já que precisa passar por um longo processo de fisioterapia para recuperar a força e a musculatura.

“A cirurgia é o de menos. É impressionante. Instalou o coração e já começou a funcionar. É o que dá menos trabalho. O problema são as outras coisinhas, pele seca, 45 dias na cama de hospital, você ficar com a musuclatura, tem que refazer tudo, tem que fazer a reabilitação com a fisioterapia. Muita disciplina, muita paciência. O problema é só isso.”

“Eu acordei um dia depois, já me sentindo um carro velho com motor novo. Agora tenho que consertar o resto do carro. A gente fica animado, é impressionante, porque você sente a diferença na hora. Bom, na hora não porque eu estava anestesiado, mas um dia depois, senti que o coração era outro”, acrescentou.

Boatos maldosos

O apresentador ainda fez questão de desabafar sobre os boatos maldosos que surgiram na internet pelo fato de ter conseguido um coração compatível para seu corpo em um tempo rápido, apenas uma semana após o anúncio oficial de que ele estava entrando na fila de espera de doação de órgãos.

“A gente sabe que a internet abriu espaço para todos os imbecis do mundo, então não adianta, você tem que conviver com esse mundo de hoje. Quem pensa o mal é sempre gente do mal. Então não adianta você querer mudar. Até o dia que ele se arrebenta no mal e dá uma recuada. O cara só pensa no mal, só pensa no podre. E esse tipo tem em todo lugar”, avaliou.