Atriz relembrou assédio e pressões após ter interpretado a personagem ‘Xica da Silva’
A atriz Zezé Motta comemorou o ‘Dia do Orgasmo’, nesta segunda-feira (31), detalhando como o sexo vem se construindo ao longo da vida dela. No Twitter, a artista relembrou traumas e pressões estéticas após vivenciar a personagem ‘Xica da Silva’. Aos 79 anos, ela afirmou ter vida sexual ativa e disse sentir falta quando não tem relações.
Nascida no Rio de Janeiro, a atriz recordou a época da infância quando a mãe lhe orientava a esconder o corpo através de roupas compridas.
“A minha primeira vez foi aos 21 anos, sou da década de 40, isso era normal… Não tenho uma boa lembrança da primeira vez. Eu senti tanta dor que achei que eu tinha perdido a virgindade de fato. Só depois que eu tive a primeira relação mesmo que descobri que eu era virgem, que aquela dor foi da indelicadeza mesmo”.
Continua: “Anos depois, em 1976, fiz Xica da Silva, filme que meu levou ao estrelado e ao status de símbolo sexual. Meus parceiros sexuais tinham uma expectativa de que eu fosse a Mulher-Maravilha na cama. Esquecia do meu prazer porque não podia decepcionar. Fui assediada e precisei fazer terapia para lidar com a pressão em corresponder à personagem, que continuou por muito tempo. Eu tive um namorado que a primeira vez que me viu saindo do banho falou: ‘Cadê aquele corpinho da Xica?’ Pô, não dá, né? Já tinham se passado anos. Eu não tinha mais o corpinho da Xica. Não dá para ter prazer depois de uma pergunta dessa”.
Ao longo dos 79 anos, Zezé se casou cinco vezes e atualmente namora. “Não tenho o mesmo corpo, sou uma outra mulher, outra cabeça, faço atividade física, sim, sou idosa, faço reposição hormonal e assumo que sinto falta de sexo quando não o faço, sou mulher, madura, saudável, normal… Isso é a vida!”, declarou.
Com a maturidade, ela destaca a importância da vida sexual para mulheres, que são socialmente levadas se sentir culpadas por exercer a sexualidade.
“Que nós, mulheres, possamos desenvolver esse olhar sobre si e entendamos que podemos gostar de sexo e sentir prazer, ao mesmo tempo em que descobrimos o próprio corpo”, finalizou.