A cantora participou do podcast HighLow de Emily Ratajkowski
Anitta participou do episódio desta terça-feira (18) de HighLow, apresentado pela modelo Emily Ratajkowski. Ela aproveitou para abrir o coração sobre diversos tópicos complicados, como sexo, cirurgias plásticas e o abuso que sofreu quando era mais jovem.
A cantora começou contando sobre a vida sexual. “Eu sempre me joguei e fiquei com qualquer pessoa. ‘Falava, vamos nessa, vamos fazer sexo!’ E depois algo aconteceu e eu simplesmente mudei. Eu passei quase um ano sem sexo, foi literalmente antes de fazer 30 anos. Agora para eu ter esse nível de intimidade com alguém leva bastante tempo, não importa quem for. Trocar energia com pessoas... Mas eu não tenho um tipo certo. Você pode literalmente cruzar a rua e se você for uma pessoa legal eu vou falar com você. As pessoas têm muitas regras para escolher seu parceiro. Eu não tenho”, explicou.
Ela também conversou sobre o abuso que sofreu quando adolescente, dizendo que só discutiu o acontecimento no documentário porque ele foi descoberto. “Quando eu era adolescente, eu passei por uma situação ruim, eu sofri um abuso, perdi minha virgindade em um abuso e abri isso no meu documentário porque isso foi descoberto. Com isso, tive que entender que isso se tornaria público sem meu controle e eu pensei, eu nunca tinha dito para minha família, mas eu não queria que as pessoas soubessem disso por outra pessoa. Se fossem descobrir, que soubessem por mim. Eu odeio quando me ameaçam. Se alguém vem me ameaçar, eu respondo e opto por fazer da minha maneira. É muito triste, e eu acho que isso tem a ver com minha personalidade. Quando me sinto pressionada, ao invés de me sentir ameaçada ou com medo, eu faço o oposto, eu escolho enfrentar. Eu sinto medo, claro, mas faço o que preciso mesmo com medo.”
A artista contou que diminuiu a quantidade de informações que dividia nas redes sociais por se sentir desprotegida. “Eu costumava compartilhar cada parte da minha rotina, porque isso é muito comum, essa maneira como as pessoas usam as redes sociais no Brasil. Eu comecei a me sentir desprotegida, não sobre segurança física, mas sobre energia. Eu parei de compartilhar exatamente as coisas que eu estava fazendo, mas sem deixar de compartilhar minha personalidade. Eu sou uma pessoa muito diferente de quando estou trabalhando quando comparado a quem eu sou de verdade. Às vezes as pessoas encontram comigo, e eu tenho um lado meu que eu nunca mostro, e isso tem a ver com a persona de “Anitta” que criei para mim, que é muito insegura, sentimental, eu choro bastante... e as pessoas não imaginam isso. Isso não é parte da personalidade que eu apresento quando estou divulgando minhas músicas, e eu acho que é importante que as pessoas entendam isso também. Quando somos artistas musicais, a gente também constrói uma personagem”, falou.
“Quando eu sinto que sou respeitada, eu devolvo o mesmo respeito, até o dobro. Mas se me sinto desrespeitada, eu faço isso, [eu digo ok”] e faço o que eu quero. Eu sou muito honesta e cuidadosa com minhas palavras e ações, mas se eu me sinto desrespeitada, eu simplesmente não ligo para você, para aquilo. É algo que eu digo e as pessoas reagem a isso. Eu sempre digo ao meu time que eu não sei “jogar o jogo” porque eu sou tão honesta. Se eu estou “por aqui” com alguém, eu reajo, eu odeio sorrir para alguém de quem eu não gosto. Neste meio, todo mundo sorri para todos, “eu te amo”, “você está tão bonita”, eu odeio isso!”, disse Anitta sobre como é navegar o meio artístico.
Anitta também explicou a escolha do nome artístico: “Tem uma personagem muito popular no Brasil, uma garota jovem e sexy, cheia de atitude, todo mundo tinha muita curiosidade sobre ela, os homens a desejam, as mulheres tinham muitas perguntas sobre ela... e eu pensei ‘eu gosto disso’, e no Brasil essa série [Presença de Anita] era tão sexual que se tornou controversa, todo mundo falava disso, seja de maneira boa ou ruim. Ela costumava dizer que não queria ser apenas uma mulher, ela era múltipla, gostava de acordar e decidir qual mulher ela queria ser. E eu gostava disso porque eu me sinto assim também, eu posso ser séria, estava dando uma outra entrevista que era de comédia e eu me jogo, falo besteiras, mas também gosto de falar de coisas sérias, eu lidero meus negócios, eu gosto de exercitar esses lados diferentes da vida. As pessoas têm a necessidade de definir as mulheres como uma coisa só: você é de família, você é uma “vadia” e eu não entendo isso.”
Ela ainda falou sobre a escolha de lidar com honestidade sobre as cirurgias plásticas.