Comando de greve entregou, nesta segunda-feira (1º), o termo de compromisso reformulado com as propostas dos servidores à reitoria, em Rio Branco
O comando de greve dos professores da Universidade Federal do Acre (Ufac) entregou, nesta segunda-feira (1º), um termo de compromisso com as propostas dos servidores à reitoria, em Rio Branco. Mesmo após o comando nacional decidir pelo fim da greve dos professores de universidades federais, os docentes da Ufac seguem com o movimento até que a reitoria da unidade assine um termo de compromisso com a categoria.
Diferente dos docentes, os técnicos administrativos, que aderiram ao movimento nacional no dia 11 de março, aceitaram a proposta do governo federal no último dia 23 suspendeu a greve. Os servidores retornam às atividades nesta terça (2). A informação foi confirmada pelo Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação de Terceiro Grau do Acre (Sintest/AC).
A porta-voz do comando de greve local, professora Raquel Ishii, disse que o termo já havia sido enviado para a reitoria, contudo, não foi assinado por conta do formato do documento. Diante da negativa, o comando de greve reformulou o termo e entregou novamente.
“Hoje decidimos flexibilizar e fazer uma contraproposta no sentido de que o formato em que estavam dispostos esses documentos não eram um formato que a reitoria achava muito apropriado. Reformulamos o documento no formato de um termo de acordo com toda sua legislação jurídica e protocolamos junto à reitoria”, explicou a professora Raquel Ishii.
Ainda segundo a professora, a categoria se dispôs mais uma vez ao diálogo com a reitoria da universidade para colocar um fim no movimento. Segundo ela, o documento contém as seguintes demandas:
- Falta de alimentação no almoço e lanche da tarde dos alunos
- Falta de segurança
- Transporte para a educação física em outros locais
- Apuração das denúncias de assédio sexual feitas pelos estudantes
“Estamos no aguardo da reitoria. Basicamente esse termo é de respeito as demandas do Colégio de Aplicação. Essas demandas foram pactuadas e propostas, inclusive, pela própria gestão e a gente aguarda que possam assinar esse termo e possamos por fim ao movimento paredista”, concluiu.
Termo de compromisso
Durante uma assembleia geral na última terça (25), os educadores decidiram por 52 votos a 33 que o retorno das aulas deve ser condicionado à assinatura do documento, no qual a administração da Ufac deve se comprometer a atender as pautas locais.
O termo de compromisso apresentado inicialmente Associação dos Docentes da Ufac (Adufac) elencava elenca 37 itens. Eram exigências administrativas, educacionais e sociais.
Entre elas, os docentes pediam que fosse revisto o plano diretor da universidade, que fossem revogadas resoluções que implementam cobrança de taxas para alguns serviços na instituição, cobram a construção de creche para receber os filhos de docentes e técnicos, melhoria da conexão de internet nos campi, contratação de mediadores para auxílio a estudantes com deficiência, contratação de cuidadores para atuar no Colégio Aplicação e outras.
Ao g1, a assessoria de imprensa da Ufac informou que a instituição respeita as decisões dos comandos de greve, tanto local quanto nacional. Não foi informado, porém, se a reitoria irá assinar o documento proposto pela Associação dos Docentes da Ufac (Adufac).
Decisão nacional
Os professores das universidades federais decidiram no último dia 23 encerrar a greve nacional dos docentes, deflagrada em abril deste ano em instituições de ensino superior de todo o país.
A decisão colocou fim a uma greve que durou mais de 60 dias. Também confirmou um movimento de abandono à paralisação por parte de professores de instituições do país. A decisão foi tomada após a conclusão de assembleias estaduais, que reuniram maioria de votos a favor da proposta de reajuste enviada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no início deste mês.
Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), o comando nacional da greve decidiu encerrar as paralisações a partir do dia 26 deste mês, quando a entidade assinou um acordo junto ao Ministério da Gestão e Inovação a fim de consolidar os termos da proposta.
A proposta acatada pelos professores das federais prevê reajustes em 2025 e 2026, com percentuais diferentes para cada classe profissional.
O acordo proposto pelo governo ainda prevê a revogação de uma portaria, editada em 2020, que elevou a carga horária mínima semanal para professores.