Centenas de alunos fizeram denúncias, especialmente em relação à redação, mas o Inep ainda não se pronunciou sobre o caso
Estudantes que prestaram o Exame Nacional do Ensino (Enem) usaram as redes sociais para questionar o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) sobre as notas discrepantes que receberam na prova, especialmente de redação. A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e a União Nacional dos Estudantes (UNE) também se pronunciaram, pedindo para que o Ministério da Educação revise as pontuações.
Em nota, as organizações estudantis afirmaram que “receberam centenas de denúncias sobre irregularidades na nota do Enem”. Advogados da UBES e da UNE estão liderando o contato com o Inep, mas ainda não obtiveram resposta do órgão.
Nas redes, estudantes comentaram que receberam notas inferiores a anos em que consideraram ter tido pior desempenho na prova, e alegaram ainda que o resultado da redação não corresponde à performance nos estudos antes do exame.
— Minha redação do ano passado foi muito pior e tirei uma nota melhor do que esse ano, totalmente diferente das notas que eu tirava no cursinho — comentou um vestibulando.
Por outro lado, também há alunos que acreditam que tiraram uma nota superior ao desempenho que tiveram na prova.
— Estou com medo, achei minha nota muito alta esse ano e acredito na possibilidade de um bug no sistema — escreveu outra estudante.
O GLOBO procurou o MEC para esclarecer as denúncias, mas ainda não obteve resposta.
As notas do Enem foram antecipadas nesta quarta-feira e apresentaram instabilidades de acesso, permitindo que os estudantes visualizassem suas pontuações somente a partir de 23h. O ministro da Educação Milton Ribeiro anunciou que a pasta decidiu adiantar o resultado do exame após receber muitos pedidos dos candidatos.
O Enem é a principal porta de entrada dos estudantes no ensino superior. As notas podem garantir vagas em universidades públicas federais e estaduais, além de particulares. Até instituições estrangeiras, como em Portugal, na Inglaterra e na França, aceitam o exame como porta de entrada para o ensino superior.