Aulas estão suspensas até dia 30 de abril. Vídeos devem começar a ser disponibilizados na web ainda esta semana
Os alunos da rede estadual de ensino, que tiveram as aulas suspensas como forma de prevenção ao novo coronavírus, vão ganhar um ambiente de aula virtual para que possam ter acesso aos conteúdos e participar de atividades pela internet, sem precisar sair de casa.
As aulas das redes públicas e privadas do Acre foram suspensas desde o último dia 17 de março como prevenção e combate ao novo coronavírus por 15 dias. Por conta do avanço do número de casos no estado, o governo decidiu prorrogar a suspensão até o dia 30 de abril.
Os conteúdos disponibilizados são produzidos pelos professores da rede e publicados em um ambiente virtual que pode ser acessado por smartphones, computadores ou tablets.
A diretora de ensino da Secretaria de Estado de Educação, Denise dos Santos, as videoaulas devem ficar disponíveis para acesso ainda esta semana. Para participar das aulas, basta que o aluno acesse o link do Educ Acre.
“A gente está na ativa o tempo todo. Na primeira semana, a equipe trabalhou na elaboração de um guia de orientações com atividades pedagógicas para serem desenvolvidas pelos professores durante o período de suspensão das aulas. Além disso, estamos realizando gravações de aulas que vão começar a ser disponibilizadas nesta quarta-feira [15] de todos os componentes curriculares”, disse a diretora.
Ao todo, o estado tem 624 escolas, sendo 146 indígenas, 300 rurais e outras 178 urbanas. São mais de 150 mil alunos matriculados na rede estadual, sendo que cerca de 110 mil são só nas escolas da zona urbana.
As videoualas são do 6º ao 9º do ensino fundamental e do 1º ao 3º ano do ensino médio. Inicialmente, as aulas vão trazer revisões dos conteúdos trabalhados nos cerca de 25 dias letivos que antecederam a suspensão.
“As primeiras são aulas revisionais desses conteúdos que foram trabalhados ao longo desses primeiros dias de aula. Num segundo momento, a gente vai avançar e levar abordagem de novos conteúdos que estão contemplados dentro do plano de curso”, apontou Denise.
Aulas transmitidas pela TV
A diretora explica que, por conta da dificuldade de acesso à internet, as aulas devem contemplar, em sua maioria, os estudantes matriculados nas escolas urbanas.
“A gente tem a preocupação com a equidade, que é alcançar o maior número de alunos e garantir que todos eles tenham acesso ao que está sendo organizado. Nem todos os alunos têm acesso à internet, pensando nisso, temos esse guia orientador e nosso secretário de Educação está em negociação com uma emissora local para que essas aulas gravadas sejam transmitidas, aí vamos conseguir chegar a cada lar”, afirmou.
Para o caso dos alunos das escolas rurais, a estratégia adotada deve ser a elaboração de uma cartilha de atividades que devem ser distribuídas pelos professores das áreas aos alunos. Ao final da suspensão das aulas, essas atividades vão ser corrigidas.
“A equipe da educação do campo está preparando apostilas que vão ser enviadas às escolas para que as famílias possam retirar com calma, sem aglomeração, para que realizem em casa. A gente tem procurado alcançar a todos”, destacou Denise.
Escolas indígenas
Já com relação aos alunos das escolas indígenas, a situação é um pouco mais complicada, tendo em vista dificuldade de acesso à internet e também ao processo seletivo de professores que estava em andamento antes da suspensão das atividades e não chegou a ser concluído.
“É uma situação bem peculiar que vai exigir da gente um pensar com muito carinho. Quando eu penso em uma escola indígena, preciso levar em consideração que levo entre 10 e 15 dias para chegar a essa escola. Então, essas ações em relação a mediação tecnológica e envio de atividades ficam inviabilizadas. Ainda temos um outro agravante que é a questão do processo seletivo que não foi concluído”, finalizou a diretora.