Ministro da Fazenda citou a decisão da agência de risco Fitch, que elevou a nota de crédito brasileira
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (27) que há “um conjunto de fatores” que possibilita a redução da taxa básica de juros (Selic) já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), marcada para os dias 1º e 2 de agosto. A taxa Selic está em 13,75% ao ano, maior patamar desde 2016.
A expectativa do mercado financeiro é que ocorra uma redução de 0,25 pontos percentuais, apesar do ministro desejar, ao menos, 0,5 p.p. a menos.
“Tem uma coleção de fatores para a Selic baixar”, afirmou Haddad, após ser perguntado se a nova nota de crédito do Brasil na agência de classificação de risco Fitch ajuda a consolidar a queda na Selic.
Nesta quarta, a agência elevou de “BB-” para “BB” a nota brasileira, atestando melhoria na qualidade de “bom pagador” do governo.
Segundo a agência, a mudança na avaliação do risco do país reflete “um desempenho macroeconômico e fiscal melhor que o esperado”. A Fitch ainda disse acreditar que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva “trabalhará por melhorias adicionais”.
“Apesar das tensões políticas persistentes desde 2018, o Brasil tem progredido em importantes reformas.O novo governo de esquerda liderado por Lula defende uma mudança em relação à agenda econômica liberal de governos anteriores, mas a Fitch espera que o pragmatismo e os amplos mecanismos institucionais de controle impeçam desvios macro ou microeconômicos radicais, enquanto o governo também busca iniciativas para apoiar o setor privado”, afirma a agência.
Apesar da elevação, a nota “BB” ainda é considerada “grau especulativo” e está dois patamares abaixo do cobiçado “grau de investimento”, que começa em “BBB-” e serve como um selo de bom pagador para balizar os aportes de fundos no mundo todo.