A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou na quarta, 8, para 9,2% a previsão de retração no volume das vendas no varejo ampliado em 2020. De acordo com o assessor técnico do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac/AC, Egídio Garó, no Acre, a recuperação do volume de vendas no comércio varejista ampliado foi de 9,8%.
Ainda segundo a publicação da CNC, no varejo restrito, que exclui os ramos automotivo e de materiais de construção, a projeção de queda também diminuiu para 6,3%. As estimativas teriam como base os dados positivos da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) de maio, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Garó explicou que os dados acreanos indicam uma recuperação caso comparado aos meses de março e abril. “Quando os índices retraíram -22% (março) e -10,3% (em abril). Contudo, no acumulado do ano, o indicador retraiu -11,1% entre janeiro e maio deste ano. Na receita nominal de vendas no comércio varejista, o Acre reagiu apresentando um índice de 7,7%, quando em abril esse índice foi de -9,7%, da mesma forma que no volume nominal de vendas, a receita nominal também acumulou uma retração de -7,9% de janeiro a maio deste ano”, informou.
De acordo com o assessor, tendo em vista que a receita nominal cresceu no mês de maio, no entanto, e considerado o pico da pandemia no Estado do Acre, também verificou-se que, para os meses seguintes, a previsão seria de uma ligeira e pequena recuperação. “No Acre, a opção pelo comércio eletrônico também se faz intensa, indicando haver uma utilização maior das plataformas tendo em vista a impossibilidade, tanto pelo isolamento social quanto pelo fechamento compulsório das empresas, das saídas e compras nos estabelecimentos instalados no Estado”, complementou.
Prejuízos do comércio
De acordo com cálculos da CNC, desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março, até o fim de junho, os prejuízos do setor com a crise alcançaram R$ 240,8 bilhões. “As perdas mensais de faturamento em relação ao período anterior ao surto da doença se aproximaram de R$ 40 bilhões em março, atingindo, rapidamente, um pico de R$ 77,4 bilhões em abril. Desde então, o setor segue apresentando perdas menos intensas”, destaca Fabio Bentes, economista da CNC responsável pelo estudo.
Um dos fatores que explicariam a evolução verificada a partir de maio é a intensificação de ações de venda via e-commerce. Segundo levantamento da Receita Federal, o volume de vendas no comércio eletrônico tem evoluído de forma acelerada, nos últimos meses. Depois de crescer 39% no comparativo entre maio de 2020 com igual mês do ano passado, em junho houve aumento real de 72% ante o mesmo mês de 2019. Fabio Bentes chama a atenção também para o número de notas fiscais eletrônicas que, em fevereiro deste ano, registrava uma média diária de aproximadamente 650 mil emissões e evoluiu para 1,26 milhão de operações no último mês. “Em junho de 2019, foram emitidas 520 mil notas diárias, registrando, portanto, um avanço de 142% no comparativo anual”, completou o economista.