Diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz, alertou em workshop da CNI que regras estaduais e federal precisam convergir para que haja redução do preço desse importante insumo para a indústria
O diretor de Relações Institucionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Roberto Muniz, afirmou que a redução do preço do gás natural é uma condição fundamental para que a indústria brasileira se torne mais competitiva e tenha condições de competir com mais força no mercado internacional.
Ele participou do Workshop Gás natural nos estados: articulação para o desenvolvimento do setor, promovido pela CNI na tarde desta terça-feira (28). “Estamos discutindo não só a competitividade da indústria nacional, mas a sua sobrevivência, que tem o desafio intransponível do preço do gás”, enfatizou Muniz.
Ele pontuou que, mesmo após a aprovação do marco legal do gás natural em 2021, o preço do produto no Brasil continua um dos mais elevados do mundo. Em 2024, custou em média US$ 18,96 por MMBtu para o consumidor industrial brasileiro, valor cinco vezes superior ao dos Estados Unidos (US$ 3,75 por MMBtu). A indústria é hoje responsável pelo consumo de 60% do total de gás natural do Brasil. No entanto, essa demanda está estagnada há mais de uma década.
“O nosso desafio hoje é para além dessa questão do custo – precisamos nos ater um pouco à questão dos conflitos de competência e de insegurança jurídica. Há zonas de sombreamento onde as legislações federal e estadual competem e criam insegurança para os usuários do gás”, alertou.
Harmonização regulatória: integração de normas torna o gás mais competitivo
Roberto Muniz destacou como imprescindível que haja continuidade no processo de modernização do setor de gás natural. Segundo ele, a harmonização regulatória é peça-chave para consolidar um mercado nacional eficiente, competitivo e seguro. Ele considera que o alinhamento de normas federais e estaduais propiciará a criação de um ambiente de negócios mais estável e propício ao investimento, fortalecendo a segurança energética, a competitividade industrial e o desenvolvimento econômico sustentável do país.
De acordo com o diretor da CNI, o atual cenário amplifica a necessidade de o setor produtivo e o poder público discutirem a competitividade na oferta de gás e identificar oportunidades para transformar esse energético em uma vantagem competitiva para a indústria brasileira. “O gás mais competitivo vai impulsionar importantes setores da indústria como química, cerâmica, vidros, alumínio, siderurgia e pelotização, papel e celulose, além do uso automotivo em transportes pesados”, disse.
Participaram dos debates representantes de entidades do setor empresarial, como a Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia (Abrace), Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip), Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), e do Ministério de Minas e Energia (MME).
