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Economia

Pequeno produtor aposta na soja e conta com o apoio do Governo do Estado para a colheita e secagem

O produtor rural João Evangelista Ferreira, mais conhecido como João Paraná, veio com a família do estado do qual ganhou o apelido para o Acre já há muitos anos. E depois de muitos sacrifícios, dificuldades e, principalmente, trabalho, teve inúmeras conquistas investindo no plantio de milho, café e criação de gado, até resolver ousar e na manhã desta segunda-feira, 2, com o apoio do governo do Estado, dar início à sua primeira colheita de soja.

Em sua propriedade na Fazenda São João, em Senador Guiomard, próximo à Vila Pia, João Paraná planeja a colheita dos primeiros nove hectares de um total de 50 para este ano. Com as colheitadeiras para o serviço em parceria com a Secretaria de Produção e Agronegócio (Sepa), ele admira como o grão cresceu forte e saudável nas terras acreanas, calculando uma produção de até 60 sacas por hectare e já fazendo planos de expandir a produção no próximo ano para muito mais.

produtor 002Colheita na propriedade serviu como um dia de campo para governo do Estado e instituições parceiras Foto: Marcos Vicentti/Secom

“Toda a vida a gente mexeu com agricultura, desde 1969 quando eu cheguei aqui. Mas a gente plantava só milho e com a ajuda de outros produtores, consegui as sementes de soja. Tudo indica que esses 50 hectares vão dar certo e ano que vem vamos plantar mais. Pra nós que somos pequenos, ainda que com o suporte da cooperativa, ter o apoio do governo é a coisa mais importante que tem. É uma importância muito grande quando se tem o pessoal do governo do nosso lado”, conta o produtor.

O secretário de Produção e Agronegócio, Edivan Azevedo, aproveitou o início da colheita do pequeno produtor para fazer um dia de campo, que contou ainda com a presença de técnicos e profissionais da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Companhia de Armazéns Gerais e Entreposto do Acre (Cageacre), Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), além de outros produtores da região.

Edivan lembrou que a expansão do agronegócio no Acre é uma das metas do governador Gladson Cameli para alavancar a economia. Para este ano, a produção de grãos no estado deve ser de 131 mil toneladas, um aumento de 31% em relação ao ano anterior, o que também marca o início da expansão da soja.

“O governo Gladson Cameli tem mostrado na prática o interesse que o Acre se desenvolva economicamente por meio da produção rural. E essa produção passa pelas mãos do pequeno, médio e grande produtor. O senhor João Paraná tem uma pequena propriedade, mas conta com nosso apoio nas máquinas, inclusive nos silos de armazenamento. E o produtor sentindo que tem a confiança, a legalidade e a oportunidade oferecida pelo governo tem empreendido mais e melhor”, conta o secretário.

Pesquisa e desenvolvimento

O pesquisador da Embrapa, Judson Valentim, relata que este ano o Acre deve chegar a uma produção de quatro mil hectares de soja, mas que aproveitando áreas abertas e incentivando produtores, é possível a médio prazo que o estado chegue a uma produção de até 380 mil hectares. Com apoio institucional, pesquisa e aplicação de novas tecnologias, o futuro para o agronegócio acreano pode ser de grande crescimento.

produtor 003Este ano o Acre deve chegar uma produção de quatro mil hectares de soja Foto: Marcos Vicentti/Secom

“A Embrapa desenvolve pesquisas com a soja no Acre desde os anos 80. Já havíamos mostrado que era possível esse desenvolvimento desde que houvessem condições de infraestrutura, políticas de crédito, assistência técnica para que o produtor consiga trabalhar. E com esse trabalho crescente, podemos chegar a um número enorme de produção com áreas já mapeadas”, destaca o pesquisador.

O presidente da Emater, Tião Bocalom, completa: “Por que não começar a incentivar nossos pequenos produtores a investirem na soja? Até mesmo os pequenos produtores do Acre tem boas terras. Deixa ele começar com 10, 20, 30 hectares e, de repente, ele preenche a área toda e ainda pode arrendar como é o caso do senhor João. Evidentemente precisamos ajudar com a estrutura, mas elas estão aqui, como silo e maquinário”.