Bolsonaro será o único presidente com queda real de poder de compra do mínimo desde o Plano Real
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a falta de aumento do salário mínimo é um reflexo dos efeitos de duas “guerras” que atingiram o Brasil: a crise sanitária da Covid-19 e os efeitos do conflito entre Rússia e Ucrânia.
Para ele, o país está recuperando lentamente a capacidade de investimento, porque enquanto deixava para trás os efeitos negativos da pandemia, foi atingido pela guerra que aumento preços de comida e energia em todo mundo. A falta de aumento real do salário entra na cota de sacrifício para essa recuperação.
“A verdade é que essa geração pagou pela guerra. Nós fizemos sacrifício e ficamos sem aumento de salário, tivemos uma recuperação econômica forte. Não houve aumento de salário real, porque durante uma guerra normal que haja perdas importantes”, afirmou durante lançamento da plataforma de investimentos do governo.
Ele acrescentou:
“Nós estamos lutando para preservar pelo menos um salário mínimo, para preservar os empregos, para preservar a capacidade de investimento do país”
Como o GLOBO mostrou nesta segunda-feira, Jair Bolsonaro será o primeiro presidente desde o Plano Real a terminar mandato com o salário mínimo valendo menos do que quando assumiu. Cálculos da consultoria Tullett Prebon Brasil apontam que a perda do poder de compra ao fim do governo será de 1,7%, já descontada a inflação.
As declarações de Guedes foram feitas durante o lançamento do Monitor de Investimentos, plataforma que mapeia os investimentos contratados e projetados por setor, considerando recursos do próprio governo e também da iniciativa privada. Estão mapeados investimentos de R$ 860 bilhões para os próximos dez anos.