Presidente da Caixa acredita que iniciativa pode ajudar negativados a se livrarem de juros exorbitantes cobrados por agiotas
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, acredita que a nova modalidade de microcrédito para pessoas físicas e microempreendedores individuais (MEIs), anunciado pelo governo federal na última última quinta-feira (17), pode beneficiar 40 milhões de brasileiros.
“O potencial dessa oferta de crédito está ao redor de 40 milhões de pessoas. Nós esperamos que de 5 a 10 milhões de pessoas tomem algum tipo crédito nos próximos meses. Em termos de volume financeiro, poderemos ter até R$ 10 bilhões no total da operação em seis meses”, afirmou em entrevista ao site Poder 360.
O empréstimo será de até R$ 1 mil para pessoas físicas, com taxa de juros de 1,95% ao mês e parcelamento em até 24 vezes, e de até R$ 3 mil para MEIs, com taxa de 1,99% ao mês, também com quitação em até 24 parcelas.
Para pessoas físicas, o microcrédito será liberado a partir do dia 28 de março, pelo aplicativo Caixa Tem. Já mcroempreendedores precisarão se digirir até uma agência da Caixa. Somente aqueles com renda bruta anual de até R$ 360 mil poderão participar.
“A maioria dessas pessoas, exatamente por ser negativada, estar fora do sistema financeiro tradicional, toma dinheiro emprestado com agiotas. E, normalmente, pagam juros entre 15% e 20% ao mês. Queremos quebrar esse ciclo de juros exorbitantes, passando disso a algo a partir de 1,95%. Isso vai gerar um efeito renda muito grande”, disse Guimarães.
Questionado se o programa valerá a pena mesmo para quem não está negativado, o presidente da Caixa respondeu: “Essa taxa de 1,95% ao mês no crédito pessoal dificilmente você vai ter. Isso chega a ser menor até do que algum tipo de consignado. O microcrédito sem o fundo garantidor é ao redor de 3,9% ao mês”.