A alta do dólar, combustíveis e energia também foram preocupação para mais da metade dos líderes de empresas
Quase sete em cada dez empresários ou líderes de empresas (67%) acreditam que a inflação é o fator externo que mais deve impactar seus negócios. O número é maior do que aqueles que esperam sofrer com os efeitos das Eleições 2022 (44%) e da Guerra na Ucrânia (32%). A alta do dólar, combustíveis e energia também foram preocupação para mais da metade dos líderes. Os dados são da pesquisa “ReStart Líderes e Empresários, os maiores desafios e expectativas do mercado para os próximos anos”, publicada na quinta-feira (18) e encabeçada pelo instituto de pesquisa Opinion Box e pela plataforma de conhecimento em nova economia StartSe.
O estudo entrevistou, de forma online, 656 empresários e líderes de todo o Brasil entre 6 a 27 de julho deste ano. O objetivo foi entender os desafios, perspectivas e projeções que eles fazem para os próximos anos. Entre os entrevistados, a maior parte é homem (54%), sudestina (51%), está na faixa etária entre 40 e 49 anos (36%), e atua no setor de serviços (70%) e em pequenas ou médias empresas (78%). A margem de erro é de 3,9 pontos percentuais e o grau de confiança é de 95%.
A pesquisa se dividiu em três partes: uma análise de impacto dos negócios nos últimos dois anos de pandemia; a projeção dos empresários para os próximos dois anos; e o papel das novas tecnologias nos negócios.
As descobertas do estudo serão assunto de uma live do Opinion Box e da StartSe em 1º de setembro, que poderá ser acompanhada no canal do YouTube da StartSe. Um dia depois, em 2 de setembro, a plataforma abre as inscrições para o curso gratuito “Operação Escala” sobre estratégia, ferramentas e planejamento de vendas para empresários e empreendedores, uma das fragilidades identificadas na pesquisa. As aulas começam em 8 de setembro.
7 em 10 líderes dizem ser extremamente desafiador encontrar mão de obra qualificada
A pesquisa também perguntou quais eram os principais desafios hoje para os negócios — 71% dos entrevistados citou estar à procura de mão de obra qualificada, em um cenário de menores barreiras geográficas para a contratação e maior competitividade. Outros aspectos relacionados ao crescimento do negócio, como inovação e growth marketing (57%), desenvolvimento da liderança (54%) e retenção de talentos (54%) também despontam entre os obstáculos citados pela maioria dos líderes.
Esses são desafios que menos da metade dos profissionais se considera preparado para resolver. Em contrapartida, 52% dos empresários se sentem prontos para levar inovação à empresa. “O mercado passa por uma profunda transformação digital. Afinal, isso pode significar a existência do negócio daqui alguns anos”, diz Lara Nardy, head de Consumer Insights da StartSe. “Atentos a isso, muitos empresários correram atrás de informação, e isso explica muitos dizerem estar preparados para lidar com inovação”.
Quase metade dos empresários deve contratar nos próximos dois anos
Apesar das inseguranças pontuais, a expectativa para novas contratações nos próximos anos é otimista. Quase metade dos entrevistados (47%) espera ampliar o número de colaboradores da empresa, e outros 46% pretendem manter o quadro de funcionários estável. É um cenário melhor do que nos últimos dois anos de pandemia. Naquele momento, metade dos empresários manteve a equipe inalterada, mas apenas um quarto ampliou o número de colaboradores.
Outro avanço é na receita das empresas. Na pandemia, 38% dos empresários registraram crescimento e 31%, queda. Agora, 68% esperam um rendimento melhor nos próximos dois anos e apenas 5%, pior. O investimento em transformação digital também teve um salto. Nos últimos dois anos, 24% dos entrevistados fizeram mudanças nessa frente. Agora, 40% pretendem fazer ajustes.
A pesquisa também faz uma distinção do quanto as grandes empresas e os varejistas investiram ao longo da pandemia. Enquanto os grandes viveram um cenário mais positivo que a média, o varejo controlou mais as aplicações. “Para os pequenos negócios, a austeridade foi uma questão de sobrevivência, mas os investimentos devem surgir diante de hábitos do consumidor surgidos por conta da Covid-19”, diz o sócio da StartSe Piero Franceschi. “Não existe mais varejo sem o intermédio da tecnologia e isso cria uma pressão exponencial sobre os modelos de negócio mais tradicionais.”