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Economia

Indicações para o Conselho da Petrobras causam espantos e comparações

Indicações para o Conselho da Petrobras causam espantos e comparações

Alto escalão da estatal não entendeu por que representantes dos minoritários estão na lista. Minoritários também se articulam para indicar nomes

Integrantes do alto escalão da Petrobras olharam com desconfiança a lista de indicados pelo governo ao Conselho de Administração da estatal. Classificaram como “jogada” o Ministério de Minas e Energia ter indicado dez nomes para oito vagas a que tem direito. 

Da lista enviada pelo governo como indicados da União, causou “surpresa” no mercado a indicação dos nomes de Marcelo Gasparino e José João Abdala Filho, que haviam sido eleitos justamente pelos acionistas minoritários donos de papéis ordinários (ON, com direito a voto) em março deste ano.

A Indicação dos minoritários na lista do governo foi visto como uma “incógnita”. Uma outra fonte lembrou que a lista do governo causou surpresa até mesmo entre um dos indicados, já que dois desses dez nomes vão ficar de fora.

“Por que este jogo?”, questionou uma das fontes.

Os minoritários também se movimentam. Articulam pedir o uso do sistema de voto múltiplo na próxima assembleia de acionistas e, com isso, indicar outros nomes para o Conselho de Administração.

Assim, na prática, a depender do resultado, o governo pode novamente continuar com seis das onze vagas, como é hoje.

Alta escalão desconhece nomes

Parte do alto escalão não conhece os novos nomes indicados pelo governo, mas já fazem certa relação com o período da gestão do PT, quando os próprios ministros faziam parte do Conselho. Classificaram as novas indicações como “pessoas do governo”.

Nessa nova versão da lista, estão os seguintes nomes: 

  • Gileno Gurjão Barreto, atual presidente do Serpro, estatal responsável pelo processamento de dados do governo, para a presidência do Conselho;
  • Ricardo Soriano de Alencar, procurador-geral da Fazenda Nacional;
  • Jonathas Assunção Salvador Nery de Castro, secretário-executivo da Casa Civil da Presidência da República;
  • Iêda Cagni, presidente do Conselho do Banco do Brasil;
  • Edison Antonio Costa Britto Garcia, presidente do Conselho de Administração do Banco de Brasília;
  • Caio Mario Paes de Andrade; presidente da Petrobras
  • Marcelo Gasparino, que já está no Conselho como representante dos minoritários;
  • José João Abdala Filho, que já está no Conselho como representante dos minoritários
  • Ruy Flask, presidente do Conselho da Eletrobras e que já está no Conselho da Petrobras;
  • Márcio Weber, atual presidente do Conselho da Petrobras

Os dois últimos já haviam sido indicados pela União para o Conselho da Petrobras. Parte dos nomes foi antecipada pelo colunista Lauro Jardim.

Uma outra fonte lembrou que a documentação de todos esses indicados ainda será enviada para a Petrobras. Só após a análise do Comitê de Pessoas é que o Conselho de Administração vai se reunir para marcar uma assembleia dos acionistas, o que deve ocorrer no fim de julho ou início de agosto.

O governo decidiu enviar a lista após ter certeza que José Mauro Coelho não iria ceder a pressões e pedir a renúncia ao cargo, após reunião do Conselho na última quarta-feira. Demitido 40 dias após assumir a presidência, ele continua no cargo.