Ministro da Fazenda declarou que a investigação vai deixar tudo “mais claro”
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira(24) não temer atraso na cotação do novo arcabouço fiscal por conta da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro.
Questionado por jornalistas sobre a possibilidade de os parlamentares deixarem de lado a âncora fiscal para apurar a ação de extremistas em Brasília, o ministro disse “acreditar” que isso não vai ocorrer.
“Acredito que não pelo seguinte... Ninguém tem dúvida do que aconteceu no dia 8, do ponto de vista da tentativa de criar no Brasil um ambiente de ruptura institucional. Isso vai ficar cada vez mais claro.”
Desde o pedido de demissão do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general da reserva Gonçalves Dias, na última quarta-feira (19), cresceu a pressão por uma investigação no Congresso Nacional sobre a tentativa de golpe de estados por manifestantes bolsonaristas.
O governo era contra a CPMI, mas agora que vê como inevitável a apuração dos fatos no Legislativo e quer ter maioria nas sessões.
O novo arcabouço fiscal será o primeiro grande teste do governo Lula no Congresso Nacional. Por se tratar de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), o texto precisa de, no mínimo, 308 votos para ser aprovado.
Ainda na conversa com jornalistas, o ministro prometeu rever os subsídios fiscais “CNPJ a CNPJ” . A Advocacia Geral da União está preparando a divulgação de uma lista das empresas que são hoje beneficiadas por renúncias e subsídios.
“Quando eu falo isso, eu não estou buscando uma controvérsia, ou um ataque a quem quer que seja. Eu estou buscando transparência para as coisas que a sociedade brasileira precisa acompanhar”, disse o ministro.
Segundo Haddad, as renúncias e subsídios dessas companhias representam “quase 600 bilhões de reais que a União perde (em arrecadação) em nome de meia dúzia que faz lobby no Congresso e no Judiciário”.