Apostas de aliados eram que eleições iriam monopolizar os debates políticos
O governo Lula (PT) prevê que não terá um caminho fácil durante o período eleitoral. No início do ano, aliados do presidente imaginavam que entre agosto e outubro, o foco da imprensa e dos congressistas seria predominantemente as eleições municipais, especialmente em cidades como São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte, onde as disputas prometem ser acirradas.
No entanto, as ações da área econômica do governo, especialmente as conduzidas pelo Ministério da Fazenda, têm atraído significativa atenção.
Recentemente, o governo anunciou um bloqueio de R$ 15 bilhões das contas públicas e comunicou que o déficit primário deverá ficar em torno de R$ 28,8 bilhões, dentro do limite estabelecido pela meta fiscal.
Contudo, há uma pressão crescente por parte dos investidores para que o governo aumente esse bloqueio para cerca de R$ 25 bilhões. Até o momento, não há indicações de que o Ministério da Fazenda planeje atender a essa demanda.
O Palácio do Planalto tem como objetivo fechar as contas públicas com o déficit previsto e, para o próximo ano, apresentar um plano de ação visando atingir o déficit zero.
Dentro do Ministério da Fazenda, há uma convicção de que o déficit zero será alcançado em 2025. No entanto, essa perspectiva é vista com ceticismo tanto pelo mercado financeiro quanto por opositores e alguns membros da própria base aliada do governo.
Mercado se surpreende com esforço de Haddad
Investidores têm expressado surpresa com o esforço do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), em manter a responsabilidade fiscal.
Além disso, profissionais do Ministério da Fazenda mantêm um diálogo frequente com empresários para explicar as ações do governo e tranquilizar o mercado.
O cenário econômico, portanto, promete ser um fator de grande relevância e potencial turbulência para o governo Lula durante este período eleitoral.