Dívida feita na gestão Bolsonaro será herdada por Lula, que deverá segurar os gastos para evitar colapso nas contas
O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou de pagar R$ 255,2 bilhões em despesas contratadas em 2022. A informação foi divulgada pelo Tesouro Nacional na tarde desta sexta-feira (27).
Essa é a maior dívida deixada por um ex-presidente desde o primeiro e o segundo governo Lula. Na época, o petista deixou R$ 246 bilhões de restos a pagar para sua sucessora, Dilma Rousseff. Já Temer deixou pouco mais de R$ 189 bilhões para Bolsonaro.
As dívidas serão repassadas para a gestão Lula, que trabalha para segurar os gastos e criar um “orçamento paralelo” para quitar as pendências financeiras. O governo já bloqueou R$ 33,7 bilhões em contratos.
A revisão nas compras feitas pelo antigo governo foi anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, há 15 dias. Haddad quer reavaliar os contratos que geram dívidas acima de R$ 1 milhão aos cofres públicos.
Após a emissão do documento, o Tesouro Nacional informou que enviará um alerta para os ministérios do Planejamento, Fazenda e Gestão com orientações para segurar os gastos e passar um pente-fino nas contas.
Projeto de Haddad
O pacote anunciado pelo ministro Fernando Haddad prevê a arrecadação mínima de R$ 100 bilhões. Em coletiva, Haddad não descartou a possibilidade de minar o rombo de R$ 231 bilhões e fechar o ano com superávit. Entretanto, sabe que será difícil a adesão de 100% dos endividados.
Além do programa ‘Litígio Zero’, que visa reduzir processos por dívidas na Receita Federal, o governo anunciou mais R$ 50 bilhões em cortes de despesas. O valor pode ser ainda maior, dependendo da revisão dos contratos em outras pastas, como Educação e Saúde.