A perda média é de R$ 1.630 por família de três pessoas; segundo pesquisa, 8 em cada 10 admitiram descarte de alimentos em julho deste ano
Em média, uma família brasileira com três membros joga fora de R$ 1.630 em alimentos anualmente, superando o salário mínimo atual de R$ 1.320 por mais de R$ 300. Os resultados foram obtidos através de um estudo conduzido pela Opinion Box a pedido da Hellmann’s. A pesquisa entrevistou 867 indivíduos maiores de 18 anos de diversas classes sociais e regiões do país durante o mês de julho.
Entre as principais razões para a perda de produtos estão os hábitos dos consumidores. Quase metade dos entrevistados admitiu deixar ingredientes e sobras em bom estado envelhecerem na geladeira até estragarem. Além disso, 8 em cada 10 brasileiros afirmaram ter jogado alimentos no lixo em julho deste ano, de acordo com a pesquisa.
Segundo o estudo, os produtos mais frequentemente desperdiçados incluem arroz, legumes e saladas, destacados por um terço dos entrevistados. A classificação das maiores perdas ficou da seguinte forma:
- arroz: 34,8%;
- legumes: 33,6%;
- saladas: 32,3%;
- pães: 25,5%;
- feijão: 25,4%;
- lácteos: 21%;
- molhos e condimentos: 17,1%;
- refrigerante: 9,7%;
- proteínas: 8,3%.
A pesquisa revela também que as pessoas estão mais propensas a desperdiçar comida nas segundas-feiras. Isso porque, segundo os resultados, esse é o dia em que há mais sobras de alimentos na geladeira. Logo em seguida, os dias de maior desperdício são o domingo e a sexta-feira.
Os resultados da pesquisa enfatizam que as classes mais afluentes (A e B) são as que apresentam maior desperdício, com 89% dos entrevistados admitindo ter descartado alimentos no mês anterior. Logo em seguida, 80% dos brasileiros pertencentes à classe C relataram perda de comida no último mês. Por fim, nas classes menos privilegiadas (D e E), 78% revelaram ter desperdiçado alimentos durante esse período.
“Os dados deixam claro que ninguém quer jogar comida no lixo, mas reforçam alguns gatilhos que levam ao desperdício”, diz o estudo. Entre eles, está o hábito de descartar alimentos nutritivos que apresentam imperfeições. “Outro é a correria do cotidiano: 21% dizem que gostariam de ser mais ativos contra o desperdício, mas não conseguem conciliar muitos esforços com a correria do dia a dia”.
Segundo outro estudo, dessa vez realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) , o total de brasileiros com fome atualmente ultrapassou a marca de 33 milhões em 2022. No período, cresceu em 14 milhões o número de pessoas sem o que comer todos os dias, o que fez com que o país retomasse o patamar da década de 1990, ou seja, retrocedendo 30 anos.
A insegurança alimentar atingiu 70,3 milhões de brasileiros entre 2020 e 2022 , de acordo com relatório de agências especializadas da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado em julho. O número representa cerca de um terço da população local.