Cerca de 800 mil jovens de 18 a 29 anos que não estudam e nem trabalham deverão ser atendidos, nos próximos
quatro anos, pelo Serviço Social da Indústria (SESI) em programas educacionais que facilitam a inserção no mercado de trabalho. A meta faz parte do acordo celebrado nesta terça-feira (30) com o Ministério da Cidadania. A parceria foi assinada pelo ministro da pasta, Osmar Terra, e pelo diretor do Departamento Nacional do SESI, Robson Braga de Andrade, que também é presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Segundo o acordo, os 800 mil jovens serão atendidos com reforço de português e matemática em módulos de 100 horas, com o desenvolvimento das habilidades socioemocionais integrados a cursos de qualificação profissional de 200 horas, em média. O programa ajudará a promover a empregabilidade e a geração de renda desta parcela da população em situação de vulnerabilidade. Segundo o acordo, serão contemplados os jovens inscritos no Cadastro Único de Programas Sociais do governo federal, com prioridade para os beneficiários do Bolsa Família.
“O SESI tem um trabalho de reconhecida qualidade na oferta de educação básica e na educação de jovens e adultos, tendo como principal público os jovens das classes C, D e E. Esta parceria contribuirá para fortalecer este trabalho e para levar qualificação para muitos jovens, dotando-os das competências e habilidades exigidas pela indústria, o que deve trazer ganhos para a empregabilidade”, avalia Robson Andrade. “Com esta parceria, a missão institucional e a função social do SESI ficam ainda mais fortalecidas”, completa o diretor do Departamento Nacional do SESI e presidente da CNI. “O acordo ajudará uma parte da sociedade a mudar seu futuro”, afirma Robson Andrade.
“Vamos capacitar os jovens chamados de “nem-nem” (nem estudam, nem trabalham) usando a grande capilaridade do Sistema S. Com isso, estamos dando mais um passo para oferecer uma alternativa de um futuro melhor para nossa juventude, associando nossos beneficiários à educação de excelência ofertada pelo SESI”, diz o ministro da Cidadania, Osmar Terra. “A parceria com o SESI é importante para que os jovens mais pobres não fiquem mais pobres”, destacou o ministro.
OPORTUNIDADE
As estimativas de atendimento nos estados e no Distrito Federal consideram a base industrial e será feita de proporcionalmente ao peso da indústria em cada unidade da federação. Assim, devem ser atendidos 44.318 jovens na região Norte; 99.342, no Nordeste; 147.551, no Sul; 461.072, no Sudeste; e 47.717, no Centro-Oeste. Há também um aumento progressivo no número de pessoas que serão atendidas ao longo dos próximos quatro anos, começando com 100 mil, em 2019, e chegando a 280 mil, em 2022. O atendimento e os investimentos previstos devem ocorrer da seguinte forma:
EMPREGO
Os cursos serão oferecidos de acordo com as particularidades econômicas de cada região, de forma a atender com maior eficiência as demandas do setor produtivo local. “O profissional qualificado tem mais chances de manter o emprego e pode conseguir uma vaga mais facilmente quando a economia voltar a crescer”, afirma o diretor-superintendente do SESI, Rafael Lucchesi.
No caso específico da indústria, os cursos serão oferecidos considerando a capacidade instalada de cada estado e os dados do observatório do setor, que projeta o que os 28 setores industriais demandarão daqui a cinco anos em termos de qualificação técnica e competências, de acordo com a evolução dos meios de produção. Por meio do Mapa do Trabalho Industrial, por exemplo, a indústria conhece as ocupações mais exigidas por nível de qualificação e por unidade da Federação.