A cotação da moeda norte-americana vem escalando desde quarta-feira (27), quando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou o novo pacote fiscal
O dólar abriu em alta pelo segundo dia consecutivo nesta sexta-feira (29), que marca o último pregão de novembro. Logo nos primeiros momentos do pregão, às 9h20, a moeda era negociada a R$ 6,05. O valor ultrapassa o recorde de R$ 5,98 fechado nesta quinta (28).
A cotação da moeda norte-americana vem escalando desde quarta-feira (27), quando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou o novo pacote fiscal elaborado para equilibrar as contas públicas e cumprir as metas orçamentárias. A expectativa do governo, segundo o ministro, é que a série de medidas gere uma economia de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos e de R$ 327 bilhões até 2030.
Entre as medidas anunciadas por Haddad, estão a isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês e a sobretaxação dos que ganham mais de R$ 50 mil mensais. A proposta gerou incerteza no mercado, que questiona sobre a real eficácia dos cortes.
O governo prevê que a nova regra de isenção custe R$ 35 bilhões do orçamento. Entretanto, o ministro reiterou, em coletiva de imprensa nesta quinta (28), que esse saldo deve ser compensado pela taxação dos mais ricos. A proposta inclui uma alíquota de até 10% para pessoas com rendimentos acima de R$ 50 mil.
Muitos especialistas concordam que a decisão de isenção para salários menores foi um erro. “O mercado esperava medidas de austeridade para reforçar o arcabouço fiscal, mas o aumento das despesas contraria essa expectativa, pressionando juros futuros e ampliando o risco fiscal. Sem sinais claros de compensação, a volatilidade cambial deve persistir, afastando investidores, afetando custos e a confiança na economia brasileira,” diz Sidney Lima, Analista CNPI da Ouro Preto Investimentos.
Desemprego
Outro cenário avaliado pelos investidores nesta sexta está relacionado aos dados sobre o emprego, que caiu a 6,2% no trimestre terminado em outubro, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o menor patamar da história, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.
Dólar
Às 09h15, o dólar subia 0,87%, cotado a R$ 6,0410. Na máxima do dia, porém, já chegou aos R$ 6,0550. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda subiu 1,30%, cotada a R$ 5,9891. Na máxima do dia, chegou a R$ 6,0029.
Com o resultado, acumulou alta de 3,02% na semana, um ganho de 3,59% no mês e alta de 23,42% no ano.
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,22%, aos 124.330 pontos. Na véspera, o índice encerrou em queda de 2,40%, aos 124.610 pontos, a maior variação negativa diária desde 2 de janeiro de 2023, quando o índice recuou 3,06%.
Das 86 ações que compõem a carteira, apenas 8 registraram rentabilidade positiva.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou queda de 3,50% na semana, perdas de 3,93% no mês e recuo de 7,14% no ano.