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Economia

AC pode avançar muito nas relações comerciais com a China, diz presidente da CCIBC

“O Acre, com suas riquezas naturais e a proximidade com o Pacífico, e se houver um bom planejamento para explorar essas vantagens, pode avançar e muito nas relações comerciais com a China”. A declaração é do presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (CCIBC), Charles Tang, e foi dada durante palestra proferida na tarde da última segunda-feira, 14, na sede da FIEAC, em Rio Branco.

Tang também falou sobre o projeto em desenvolvimento por parte do governo chinês para a construção da Ferrovia Bioceânica, entre Brasil e Peru, para baratear os custos de fretes até a China. No entanto, ponderou que trata-se ainda de uma possibilidade, mas, mesmo que em longo prazo, o Acre deve estar atento a este investimento.

O evento, realizado pelo Fórum Permanente de Desenvolvimento do Acre, em parceria com o Comitê do Plano Acreano da Cultura Exportadora (Pacex), reuniu dezenas de empresários e empreendedores. Na abertura do encontro, o presidente da Federação das Indústrias e do Fórum, José Adriano, externou sua satisfação por estimular e incentivar debates para uma proposta de desenvolvimento que destaca a relação comercial com os países andinos e sobretudo com a China.

“Esse é um diálogo inicial e peço que o presidente Charles Tang nos provoque para entrarmos de fato no ponto mais delicado dessa relação que tanto sonhamos. Todos sabem que muitas vezes discutimos a economia chinesa achando que é muito fácil vender para a China. Realmente não é tão difícil, porém, estamos bastante atrasados nessa questão e precisamos instrumentalizar nossas empresas, mudar o modelo mental dos empresários, ter apoio político, aproximação e uma política pública para o desenvolvimento voltada para essa parte estrutural”, destacou José Adriano.

O presidente da FIEAC também chamou atenção para a importância de inserir o Acre nas discussões sobre a proposta para a construção da Ferrovia Bioceânica. “Temos que levantar essa questão que até o momento não encontra respaldo dentro da construção passando pelo Acre. É algo extremamente estratégico para melhorar essa relação comercial, já que o Acre está em uma posição geográfica favorável”, acrescentou.

Charles Tang diz acreditar que o Acre e a China podem, sim, desenvolver vários projetos de interesse para o Estado. Como exemplo, o presidente da CCIBC citou que viabilizou um investimento de R$ 3 bilhões para um pequeno município do Mato Grosso do Sul, chamado Maracaju.

“A China exportou no ano passado 141 milhões de turistas. E cada turista chinês gasta mais que os americanos e alemães. Só que eles estão cansados de ir para Roma, Paris, Londres, Nova Iorque. Imaginem o sucesso que seria o turismo nas aldeais indígenas, turismo de pesca, de natureza. Seria uma grande contribuição para a receita do Acre e de outros Estado amazônicos. Isso precisa ser incentivado”, frisou Tang.

Outras possibilidades elencadas foram as carnes suína e bovina, grãos, castanha, madeira e energia solar como os principais setores que possuem potencial para realizar negócios com a China.

Sobre a relação entre China e Brasil, ele prevê que as parcerias serão ainda mais fortalecidas após a visita do presidente Bolsonaro a Pequim, que acontecerá no fim deste mês. “Certamente o presidente chinês não vai deixar o Bolsonaro voltar de mãos vazias. Acredito que ele trará inúmeras notícias que beneficiarão e muito o Brasil. Com essa parceria cada vez mais estreita, o Brasil terá vantagens significativas”, assinalou.

Após a palestra, Charles Tang participou de um debate com os coordenadores das câmaras técnicas do Fórum Permanente de Desenvolvimento. O público presente também pôde participar das discussões. Autoridades como o presidente da Federação de Agricultura do Acre, Assuero Veronez, a secretária de Turismo do Estado, Eliane Sinhasique, o ex-presidente da FIEAC e coordenador do Fórum, Jorge Tomás, estiveram no evento.