O pavor que já toma conta do mundo sobre a grande explosão de desmatamentos e queimadas que ameaçam destruir a Amazônia brasileira, por incentivo do governo Bolsonaro,
levou o presidente da França, Emmanuel Macron, a informar nesta quinta-feira, 22, pelo twitter que vai levar o assunto para ser discutido em caráter de emergência no encontro deste sábado do G-7, grupo dos sete maiores países do mundo, que será realizado em Biarritz, no sudoeste de seu país.
Classificando a atual devastação amazônica como “crise internacional”, Emmanuel Macron deu o tom de sua preocupação na mensagem que postou na rede social do twitter. “Nossa casa está queimando. Literalmente. A floresta amazônica - os pulmões que produzem 20% do oxigênio do nosso planeta - está em chamas. É uma crise internacional”, escreveu o presidente francês.
Durante o encontro do G-20, realizado em junho passado no Japão, o presidente francês encontrou-se com o presidente Bolsonaro para conversar sobre os compromissos ambientais do Brasil e lhe advertir, por exemplo, que a assinatura do acordo de comércio entre o Mercosul e o bloco da União Europeia, o segundo maior parceiro comercial brasileiro, estava condicionada ao cumprimento dos compromissos socioambientais assumidos pelo país no Acordo de Paris sobre o clima.
Formado pela Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Itália, Japão e Reino Unido, além da França, o G-7 deve tomar posição sobre a tragédia ambiental, social e econômica brasileira neste sábado, levando em conta também a posição adotada nesta quinta-feira pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Gueterres, que disse estar muito preocupado com as consequências de gigantescos incêndios na Amazônia brasileira.
ONU apela para mobilização internacional
“Estou profundamente preocupado com os incêndios na floresta amazônica. No meio da crise climática global, não podemos permitir mais danos a uma fonte importante de oxigênio e biodiversidade. A Amazônia deve ser protegida”, assinalou Gueterres, também pela rede social do twitter, ao reforçar o apelo por mobilização internacional contra o grande desastre ambiental que se abate sobre a maior floresta tropical do mundo, considerada pelos cientistas internacionais como essencial ao equilíbrio climático do planeta.
O avanço das queimadas recordes na Amazônia está provocando densas fumaças que ameaçam a produção amazônica e a saúde de milhões de brasileiros das cidades da região e de fora dela. As queimadas ocorrem depois de aumentos recordes alcançados pelo desmatamento nos nove estados da Amazônia Legal, formada pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Maranhão e Tocantins.
Segundo dados revelados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento explodiu nos últimos dois meses na Amazônia, com aumentos da ordem de 88% em junho e de 278% em julho em relação aos mesmos meses do ano passado. As queimadas, por sua vez, cresceram 70% até o dia 18 de agosto em comparação com o mesmo período de 2018, com o país registrando 66,9 mil pontos, de acordo com a medição do Programa Queimadas, do Inpe. Editor do site www.expressoamazonia.com.br