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Amazônia

Na COP-28, comitiva do AC vai focar em fechar acordos para mercado de créditos de carbono

Na COP-28, comitiva do AC vai focar em fechar acordos para mercado de créditos de carbono

Governador Gladson Cameli e representantes de diversas secretarias e órgãos integram grupo que vai representar o estado na conferência, que ocorrerá em Dubai, entre 30 de novembro e 12 de dezembro. Governo vai defender dados que apontam queda nos alertas de desmatamento, apesar de índices negativos acumulados ao longo do ano

No coração da Amazônia, o Acre sempre é parte das discussões de temas ambientais e questões climáticas. Seja no cenário nacional ou internacional, especialistas, ativistas e governantes acreanos dão voz a seus pontos de vista e propostas sobre o tema. E é nesse sentido que o estado chega a mais uma edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-28), que ocorrerá em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, entre 30 de novembro e 12 de dezembro.

De acordo com o governo do estado, a comitiva acreana será integrada pelo governador Gladson Cameli, representantes da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas (Sepi), Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), Companhia de Desenvolvimento e Serviços Ambientais (CDSA), Secretaria de Planejamento (Seplan), Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), Procuradoria-Geral do Estado (PGE-AC) e Secretaria de Comunicação (Secom).

O Executivo estadual vê a COP-28 como uma oportunidade para mostrar queda nos alertas de desmatamento ilegal em 2023, apresentando as políticas ambientais implementadas nos municípios acreanos. Segundo o governo, entre janeiro e novembro, o estado alcançou redução de 71% na derrubada ilegal da vegetação nativa, e 41% de queda nos focos de calor, na comparação com o mesmo período no ano passado.

A primeira atividade de Cameli será uma mesa-redonda com governadores do Consórcio Brasil Verde, junto a outros dez estados. Durante a programação da COP-28, o governo também vai fechar acordos em negociações para créditos de carbono.

“A COP-28 é uma excelente oportunidade para debatermos os rumos do planeta e da humanidade. O Acre é exemplo mundial na preservação da natureza e vamos continuar trabalhando para aliar a proteção da floresta e o desenvolvimento do nosso povo. Tenho certeza que a nossa participação neste evento será exitosa e muito positiva para o nosso estado”, disse Cameli à agência oficial do governo.

Apesar da redução apontada pelos números oficiais, o levantamento mensal sobre o desmatamento na Amazônia Legal do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgados em novembro, revelou que o estado, mesmo tendo uma das menores áreas territoriais entre os nove estados da região, está entre os que têm áreas protegidas mais desmatadas.

Em outubro, três unidades de conservação do Acre ficaram entre as 10 mais devastadas da Amazônia. A líder Resex Chico Mendes, que perdeu o equivalente a cerca de 200 campos de futebol de mata nativa; e as florestas estaduais do Antimary e do Rio Gregório, cada uma com uma perda estimada em 100 campos de futebol de vegetação primária.

“Temos um compromisso com a sustentabilidade. O Acre é exemplo para o planeta, ao mostrar que é possível sim aliar desenvolvimento econômico sem precisar derrubar uma árvore sequer. Infelizmente, estamos vivendo uma situação crítica em relação às mudanças climáticas e precisamos buscar alternativas viáveis urgentes para garantir a continuidade das futuras gerações”, acrescentou o governador.

Índices ainda preocupam

Além dos números apresentados em outubro, o Acre acumula resultados negativos no levantamento mensal do Imazon ao longo do ano. O estado iniciou 2023 com redução de 63% em janeiro na comparação com o mesmo período do ano passado. Porém, em fevereiro, foram registrados sete quilômetros quadrados de desmatamento, o que representa um aumento de 133%, ou mais que o dobro, em relação ao mês de janeiro.

A área desmatada no Acre em março foi de três quilômetros quadrados, o que representou 1% do total na Amazônia Legal. Em abril, o índice deu um salto de 66%, com 5 quilômetros quadrados. Apesar dessa alta, se for considerado o primeiro quadrimestre deste ano com o mesmo período de 2022, os dados apontam uma redução de 18,18% no desmatamento no Acre.

Nos cinco primeiros meses de 2023 foram registrados 25 quilômetros quadrados de desmatamento no Acre. Os dados são do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), obtidos via Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD). Comparado ao mesmo período do ano passado, o número representa uma redução de 59,6%. Entre janeiro e maio de 2022, o Acre desmatou 62 km².

Os dados apontam que, em maio, foram desmatados 7 km² de floresta no Acre. Isso representa uma queda de 83% em relação ao mesmo mês no ano passado, quando foram registrados 40 km² de derrubada da floresta no estado.