Doença foi identificada em estágio avançado. Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) acompanha os casos e reforça importância da coleta de amostras para análise por parte dos produtores para identificar problema antes de aparecer nas folhas
Dois focos de ferrugem asiática foram detectados em duas propriedades rurais na cidade de Capixaba, no interior do Acre, na última semana. Segundo o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), que acompanha os casos, os produtores foram orientados a adotar medidas de contenção da doença, como ficar 90 dias sem replantar no local atingido.
O agrônomo Chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal do Idaf, Alex de Paula, disse que a doença foi identificada já em estágio avançado. O que causa preocupação, já que as exportações da soja subiram de US$ 140 mil nos meses de janeiro e fevereiro para mais de US$ 2,7 milhões. Fpi, inclusive, a atividade responsável para que o Acre tenha registrado um superávit de US$ 6,073 milhões no mês de março.
“Ficamos sabendo por meio de uma postagem que a ferrugem asiática tinha chegado ao estado em duas propriedades que estavam atacadas e de imediato a gente se deslocou até Capixaba e realmente constatamos que a ferrugem atacou estas lavouras e estava em um estágio bem avançado”, disse.
O agrônomo disse que em uma das propriedades, que ele não soube informar o tamanho da plantação, foi atingida mais da metade da produção. Na segunda, onde havia uma plantação de cerca de 80 hectares, foi perdida toda a produção.
‘Acompanhando’
O presidente do Idaf, José Francisco Thum, disse que o órgão está monitorando os casos e segue as orientações do Ministério da Agricultura.
“Estamos monitorando estes casos. A preocupação é muito grande, uma vez que é uma praga que causa grandes prejuízos. Hoje, a soja já está entre os principais produtos de exportação do Acre e de arrecadação do estado, então o estado vê com muita preocupação e está tomando as medidas necessárias recomendadas pelo Ministério da Agricultura”, disse.
Os produtores foram orientados a fazer o vazio sanitário, que é deixar o local por um período de 90 dias sem planta hospedeira do fungo viva, ou seja, eliminar a plantação atual e deixar a área limpa para que ele não se multiplique.
“Pesquisas dizem que o fugo precisa de vegetais vivos para se estabelecer e infectar novas áreas. Por isso, é necessário fazer o vazio sanitário”, contou o agrônomo do Idaf.
Ataque
Ao se estabelecer na plantação, o fungo ataca a planta no início do processo reprodutivo dela, quando se instala nas folhas que tomam uma cor acinzentada e depois caem.
“Pelo fato de cair as folhas, acelera o processo de reprodução da planta, e com isso, você tem grãos pequenos e compromete praticamente toda produção, porque a planta precisa de folha verde e viva para fazer a fotossíntese para pode preencher os grãos”, explica o agrônomo Alex de Paula.
Ainda conforme o agrônomo, o problema do Acre é que os produtores costumam fazer a “safrinha”, que é uma nova plantação, feita logo depois da primeira que ocorreu na época certa da safra, o que não permite o período do vazio sanitário. O plantio sucessivo foi proibido para tentar conter o avanço da doença.
Ele ainda explica que o fungo está na natureza e corre naturalmente. E com muito vegetal hospedeiro, ele vem e ataca.
“É uma doença terrível para a cultura de soja. Então, a gente orienta que o produtor tem que fazer o monitoramento constante da lavoura, principalmente no início do período reprodutivo. Então, tem que tentar identificar antes de ocorrer, coletar a folha, levar para o laboratório para identificar antes de aparecer na folha”, conclui.